A "maldição do campeão", um desafio adicional para a França na Copa
As estatísticas recentes mostram que os últimos três campeões mundiais podem atestar isso: todos foram eliminados na fase de grupos enquanto defendiam o título. Diferentemente da Itália, em 1934 e 1938, e do Brasil, em 1958 e 1962, que foram os únicos conseguir tal feito.
Em 2018, a Alemanha caiu no terceiro jogo contra a Coreia do Sul por 2 a 0, deixando o Mundial na Rússia após perder por 1 a 0 para o México na partida inaugural e vencer a Suécia por 2 a 1.
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Quatro anos antes, os espanhóis também sucumbiram após anos dominando o mundo do futebol com duas Eurocopas e um Mundial. Uma derrota arrasadora por 5 a 1 para a Holanda e outra para o Chile por 2 a 0 foram responsáveis por eliminar os 'Rojos' ainda na fase de grupos.
Na edição de 2010, a Itália também deixou a Copa na fase de grupos, com dois empates em 1 a 1 contra Paraguai e Nova Zelândia e uma derrota amarga por 3 a 2 para a Eslováquia.
Sabendo da 'maldição', o treinador da França, Didier Deschamps, prefere sorrir. "Você quer me incentivar, certo?", brincou em maio de 2022, quando as estatísticas pessimistas foram apresentadas a ele.
"Eu sei, as estatísticas não estão muito a nosso favor. Mas não estou fazendo isso com base em estatísticas. É um fato que é complicado para o atual campeão, porque o nível é alto, os adversários não dormem", acrescentou.
60 anos de má sorte
Existe receita para escapar de uma eliminação precoce? "Se a questão é se é melhor convocar seis, sete, nove ou 15 campeões do mundo quatro anos depois, eu não tenho esses critérios. Alguns levaram 15 e não funcionou, outros levam nove e também não funcionou. Vou pensar sobre isso", sinalizou Deschamps.
Em 2014, Vicente Del Bosque convocou 16 jogadores que foram campeões do mundo na Copa anterior. Já em 2018, Joachim Löw optou por levar nove atletas que haviam vencido o Mundial no Brasil.
Para os "Bleus", outra memória pede prudência. Após conquistar a competição em 1998 e a Eurocopa de 2000, a França de Zinédine Zidane saiu pela porta dos fundos em 2002, com uma derrota por 2 a 0 contra a Dinamarca, equipe que voltará a encontrar no mesmo grupo, 20 anos depois. Será a seleção de Kylian Mbappé e Antoine Griezmann capaz de alcançar os feitos de Meazza e Pelé 60 anos depois?