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Acordo entre PSG e Mbappé é destruído em menos de quatro meses

Pablo Gallego
Mbappé não quer seguir no Paris Saint-Germain, mesmo com o acordo até 2024
Mbappé não quer seguir no Paris Saint-Germain, mesmo com o acordo até 2024AFP
A bomba caiu na noite de segunda-feira no RMC Sport: se tivesse a oportunidade, Kylian Mbappé (23) deixaria o Paris Saint-Germain neste inverno. Esta informação foi confirmada no dia seguinte pela MARCA. Quatro meses se passaram desde sua prorrogação e agora a novela é relançada novamente.

Parece distante a imagem de quem Nasser al-Khelaifi e Mbappe posaram com a camisa do PSG, em um Parque dos Príncipes em festa, celebrando acordo até 2025. Eram todos sorrisos, com o campeão da Copa de 2018 e o presidente anunciando uma prorrogação inesperada. Tudo dava a entender que o francês iria para o Real Madrid, após tentativa dos merengues um ano anos. Mas no mundo da bola tudo pode acontecer, principalmente quando o PSG está envolvido.

Quase cinco meses se passaram desde aquele 21 de maio. E agora Mbappé não quer seguir no Paris Saint-Germain, mesmo com o acordo até 2024, com opção de estensão até 2025. A informação foi divulgada pela RMC Sport na última segunda-feira (10) durante o programa After Foot, sendo confirmada, no dia seguinte, pelo Jornal Marca e outros meios de comunicação franceses.

Diversas fontes próximas ao jogador e seu staff, consultados pelo Flashscore News nas últimas semanas, confirmam a tendência de saída do jogador, que sente-se traído pela diretoria. Mbappé quer deixar o PSG o quanto antes e o possível destino segue o mesmo, por mais complicada que seja a transação: o Real Madrid.

O ponto de partida: a semana de 16 de maio 

Para entender os atritos entre Mbappé e PSG, devemos voltar à semana antes do anúncio do novo contrasto. Pela primeira vez em dois ou três anos, a diretoria do clube viu o jogador abrindo uma brecha, concordando em ouvir e considerar garantias esportivas. O trabalho começou com nada menos que o presidente francês Emmanuel Macron.

"Conversamos, minha ideia foi simplesmente aconselhá-lo a ficar na França. Quando é feito um pedido informal e amigável, é papel de um presidente defender seu país", assegurou Macron em entrevista à imprensa local em junho. A informação foi confirmada pelo jogador em entrevista ao The New Yor Times.

"Ele me disse: 'eu não quero que você vá embora agora, você é muito importante para o país. todos ficarão felizes se você ficar, todos te amam aqui e você tem tempo antes de sair. Você pode ficar mais um pouco. É claro que, quando o presidente lhe diz isso, conta. Mas a decisão foi minha. Nunca imaginaria falar sobre meu futuro com o presidente."

Foi neste cenário que Mbappé e PSG negociaram. Para isso, o clube precisou dar um passo adiante nas conversas, o jogador queria um time competitivo, que pudesse brigar pela Liga dos Campeões. Foi natural que a diretoria cedesse, sabendo que tais condições eram imprescindíveis para vencer a batalha contra o Real Madrid.

Foi prometido ao jogador o projeto esportivo que ele desejava há anos. Mbappé seria a referência com jogadores importantes o cercando: Lewandowski, Skriniar, Tchouaméni, Bernardo Silva, Rashford e outros. Todos os nomes estão na mesa. Além disso, duas estrelas mundiais não poderiam se sentir no "trono parisiense". Sabendo da inconsistência de Neymar, o clube fez uma promessa de vender o brasileiro. Pra fechar, Zinedine Zidane seria o treinador.

As razões para o declínio das relações 

"As promessas só envolvem quem as recebe", repetiu o ex-presidente da França, Jacques Chirac. Uma citação pesada com significado, neste caso. Não demorou para Mbappé e staff perceberem que as promessas do PSG não se cumpririam.

As primeiras decepções aconteceram em julho e agosto, quando o clube anunciou os primeiros reforços, longe do que tinha sido prometido em maio. "Ele fica repetindo que errou, quer sair de novo", garantem fontes próximas ao jogador.

Às vezes mal-humorado, principalmente quando as coisas não se acertam, Mbappé mostrou sua indignação publicamente no dia 13 de agosto, durante a segunda semana do Campeonato Francês, contra o Montpellier.

Após marcação de pênalti, ele não aceitou que Neymar cobrasse. Foi prometido que o francês estaria no centro do projeto, mas isso o provou o contrário.

O diretor esportivo Luis Campos resolveu o problema, com o não cumprimento de promessas seguindo. Neymar permaneceu e, mesmo com a relação melhorando com o brasileiro, apesar de ser considerada por Mbappé como uma "montanha russa", o francês segue indignado com a diretoria. Principalmente com Kasser al-Khelaifi e Antero Henrique pelo não cumprimento do acordo.

Finalmente, na parte tática, Mbappé não se encaixa, o que pesa ainda mais após as famosas promessas feitas em maio. O jogador precisava de um 9 para ocupar seu lugar preferido no campo: a onta esquerda. Mas, com a não contratação de um centroavante, Mbappé ocupou essa posição. Esta é a explicação que veio após o jogo entre França x Áustria, no dia 22 de setembro, além da #PivotGang, postada por ele no Instagram, após empate sem gols do PSG contra o Reims no último sábado (8).

Mbappé quer deixar Paris Saint-Germain o mais rápido possível

Como divulgado, Mbappé quer mesmo deixar o PSG o quanto antes. Se pudesse, faria no inverno europeu, garantem fontes próximas ao caso ao Flashscore News. Ele, obviamente, quer ir para o Real Madrid, que, sem mostrar surpresa, observa a situação.

A vantagem de momento está com o PSG, que tem contrato firmado com o jogador até 2024. Se a situação não mudar até o meio do ano que vem, novas conversas vão precisar acontecer novamente para o clube recuperar alguma quantia faltando menos de um ano para o fim do contrato.

Mbappé deve precisar lidar com a situação, com todos no clube sabendo do seu desejo de se transferir para o Real Madrid. Sua escolha foi feita em maio, ele agora precisa esperar até o fim do contrato. Uma venda durante o próximo inverno não é considerada pela alta cúpula do PSG e o histórico mostra que pode também não acontece no meio de 2023.

O Real Madrid sabia que a relação entre jogador e PSG ia explodir mais cedo ou mais tade. A direção do time espanhol monitora, sem acreditar em tudo que é publicado. No Real Madrid, os cuidado é extra após a renovação de contrato em maio. Mesmo que a imprensa espanhola garanta, nesta quarta-feira, que o nome do jogador não é considerado pela diretoria, as intenções parecem ser outras.

Real Madrid como substituto?

De acordo com sa reportagem do Flashscore News, Real Madrid e Florentino Pérez deixaram as portas abertas para Mbappé sob exigências. Em primeiro lugar, o momento. O Real Madrid não tem interesse em contratar o jogador no meio do ano que vem, quando ele poderia assinar um pré-contrato sem pagamento de multa.  Além disso, as relações entre os clubes são inexistentes.

Depois, o aspecto financeiro. O clube espanhol não consegue igualar o salário que Mbappé recebe no PSG, nem as condições presentes em algumas cláusulas. Os direitos de imagem também seriam uma questão espinhosa, que chegou a atrasar as tratativas entre os dois clubes em março.

Sendo beneficiado em parte dos direitos de imagem dos seus jogadores, o Real Madrid não pode oferecer 100% a Mbappé, sob o risco de se afundar financeiramente. Os espanhóis fizeram um grande esforço durante as negociações de maio passado, oferecendo ao jogador a maior fatia e mantendo uma pequena parte pra si. Depois do que aconteceu, essa situação não se repetirá.

Por fim, a imagem do jogador precisa mudar. "Esse Mbappé não é o que eu conhecia. Ele não quer participar de operações de patrocínio, esse não é o Mbappé que eu quero. Nenhum jogador está acima do clube, acreditei que ele tinha um sonho", confessou Florentino Pérez ao  programa El Chiringuito, em maio passado.

O presidente do Real Madrid, que sempre teve boa relação com o jogador, espera uma mudança de comportamento. "Ele teve um sonho, tentamos comprá-lo no verão passado. Então, tivemos que esperar um ano. Ele continuu querendo vir e quinze dias antes, em maio, tudo mudou. Por pressão política, por um lado, e por razões econômicas, por outro".

Essas foram declações de Pérez durante um programa espanhol. Sabendo usar o poder do convencimento, o presidente entender que a decisão do jogador não passava somente por ele. Isso faz com que as portas sigam abertas.

Mas uma ida para a Espanha em 2023 parece improvável. O francês pode ter que esperar, pois é pequena a chance do Real fazer esforços em breve. Uma mudança pode vir de clubes ingleses, como o Liverpool. Mas ele também devem tomar cuidado com o que desejam. Mbappé mostrou, num passado recente, que tem um ego muito difícil.