Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Análise do 11Hacks: como é o estilo de jogar da Espanha?

11Hacks / Filip Novák
O técnico Luis Enrique treinando seus pupilos para o jogo contra Marrocos
O técnico Luis Enrique treinando seus pupilos para o jogo contra MarrocosAFP
É muito mais difícil reconhecer a identidade tática de uma seleção do que a de um clube. Mas quem assistiu pelo menos uma partida da Espanha durante a Copa do Catar, provavelmente consegue descrever muito bem o jogo dos espanhóis.

As principais características são evidentes: posse da bola, alto número de passes, movimento constante e pressão ativa na frente. Usando sua métrica de dados, o 11Hacks consegue descrever com precisão o desempenho dos espanhóis nestes quesitos-chave em comparação com outras equipes do Mundial.

Posse/Passes por domínio
Posse/Passes por domínio11Hacks

As estatísticas mostram que a Espanha tem 74,64% de posse de bola em média, à frente da Argentina (68,25%) e da Inglaterra (63,33%). No pólo oposto da tabela encontramos Costa Rica, Japão e Polônia, todas com média um pouco acima de 30%. 

Média de posse de bola
Média de posse de bola11Hacks

O esforço para controlar o jogo também se reflete no número médio de passes por cada período de domínio de bola (ou seja, do controle da posse da bola até o final da jogada ou até o adversário quebrar a posse). Os espanhóis fazem uma média de 6,22 passes por domínio, o que é significativamente mais frequente do que a segunda colocada Argentina com 4,84 passes.

Passe por domínio de bola na Copa
Passe por domínio de bola na Copa11Hacks

Este estilo de jogo se reflete, por exemplo, no número de contra-ataques. Enquanto você vê a França, o Brasil ou Portugal usarem contragolpes cinco vezes por jogo, os espanhóis só contra-atacam uma vez.

O time de Luis Enrique está jogando com a quarta linha defensiva mais alta do torneio no momento. Calculamos isto monitorando a distância vertical média das ações defensivas, entre as quais incluímos as ações contra o adversário, os passes interceptados ou até mesmo as faltas. 

Dados defensivos
Dados defensivos11Hacks

Os espanhóis param as ações do adversário a uma média de 51 metros, ou seja, comparável à Alemanha. O Brasil freia os oponentes um metro mais à frente, e a defesa inglesa vai a 54 metros. A média do torneio é de 45,6 metros.

O time que mais atacou intensamente a posse do adversário até aqui no torneio foi o México, que tentou recuperar a bola no quinto passe do oponente, em média. A Espanha vem a seguir junto com Brasil, Holanda e Equador (sétimo passe). A média no torneio é de cerca de 11 passes ininterruptos.

A pressão espanhola não é apenas uma das mais intensas no Mundial, mas também uma das melhores. Quando os jogadores de Luis Enrique perdem a bola no campo adversário, eles a recuperam de volta em 10 segundos 28,61% do tempo (o que os coloca em terceiro lugar nesta estatística, atrás da Alemanha e Argentina).

Retomada da posse de bola
Retomada da posse de bola11Hacks

O controle do meio-campo também se reflete na capacidade da Fúria de ganhar uma alta porcentagem de rebotes. Neste quesito, eles estão atrás apenas de Brasil, Alemanha e Dinamarca. Quando passamos do meio para o último terço, a Espanha é a segunda melhor atrás apenas da equipe do professor Tite.

Não há dúvida de que eles são a equipe mais dominante nos espaços entre as duas traves na Copa do Mundo, mas a questão é: como eles vão se sair nas outras partes do campo na fase de mata-mata? Do ponto de vista da qualidade das chances criadas e cedidas, eles tiveram o décimo melhor ataque e a oitava melhor defesa na fase de grupos. Números decentes, mas não de elite. Por exemplo, 11 outras equipes são mais ativas no número de passes a menos de 20 metros do gol adversário. 

O Japão deu às outras equipes a receita para forçar os espanhóis a cometer erros. Ainda durante o primeiro tempo, quando o jogo estava 1 a 0 para a Espanha, eles começaram a atacar gradualmente o jogo dos europeus no campo deles, com o objetivo de colocá-los sob pressão e perturbar o ritmo do jogo. Logo no início do segundo tempo, com a ajuda de Mitoma e Doan, os japoneses intensificaram ainda mais a pressão alta e o resultado foi o gol de empate.

Com a pressão no terceiro final, o Japão virou a partida pouco depois e durante o restante do jogo, abaixaram as linhas, defendendo fechadinho e procurando espaço para um possível contragolpe.

A Espanha joga as oitavas de final da Copa contra o Marrocos nesta terça-feira (6).