Argentina que acusa jogadores franceses de rugby de estupro diz que foi enganada
"As provas são convincentes e reais, me enganaram desde o início, no boliche (bar) eu disse ‘não’ para ter relações sexuais", afirmou a denunciante ao jornal Uno de Mendoza, segundo breves declarações publicadas nesta sexta-feira (26).
A mulher de 39 anos acusa os franceses Hugo Auradou e Oscar Jegou, ambos de 21 anos, de terem a espancado e estuprado repetidamente no quarto de hotel que ambos ocupavam em Mendoza, para onde ela se dirigiu após terem se conhecido em um bar.
Segundo laudos forenses, a mulher apresentava pelo menos "quinze marcas ou ferimentos" no corpo. Sua advogada disse que ela foi mordida, arranhada, agredida no rosto, nos seios, nas coxas, nas costas e que tinha hematomas na cabeça.
A defesa dos jogadores de rugby refutou desde o início a versão da denunciante, afirmando que as relações sexuais foram consensuais e sem violência.
No entanto, a promotora Cecilia Bignert acusou Auradou e Jegou de "abuso sexual com acesso carnal agravado pela participação de duas pessoas", classificação dada ao crime de estupro na Argentina e que pode acarretar penas de até 20 anos de prisão.
Ambos foram presos no dia 8 de julho em Buenos Aires e transferidos para Mendoza (1.000 km a oeste). A mulher conheceu os acusados na madrugada de domingo, 7 de julho, horas depois de terem disputado um amistoso contra o time argentino de rugby, Los Pumas, naquela província.
"Não estou bem de saúde, continuo com lipotimia e desmaio todos os dias", disse a denunciante ao jornal Uno sobre o seu estado de saúde, e indicou que a sua família deveria ter recebido apoio psicológico do Ministério Público.
Disse ainda que apesar de se sentir "muito envergonhada" pelo que aconteceu, conseguiu formalizar a denúncia "no mesmo dia, oito horas após o episódio".
Os acusados aguardam audiência em que a Justiça deverá definir se continuarão em prisão domiciliar preventiva ou se poderão enfrentar o julgamento em liberdade.