Paris 2024: os 10 momentos inesquecíveis dos Jogos Olímpicos
A AFP recorda 10 deles que serão inesquecíveis:
Chuva na cerimônia de abertura
Os organizadores prometeram uma cerimônia de abertura espetacular e o desfile de barcos no rio Sena, encharcado pela chuva, marcou o mundo, mas não pelas razões esperadas. O clima na capital parisiense estragou um pouco do que foi planejado por anos pelos organizadores.
Líderes religiosos, conservadores e até o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump ficaram indignados com uma cena que envolvia drag queens e a DJ lésbica Barbara Butch, que parecia parodiar a Última Ceia de Jesus. O diretor artístico Thomas Jolly negou qualquer intenção nesse sentido. Ele e os outros envolvidos acabaram por ser alvo de assédio online que levou a queixas na polícia.
A glória definitiva de Djokovic
Novak Djokovic surpreendeu Carlos Alcaraz em uma final masculina memorável para conquistar o ouro no tênis e tornar-se o quinto jogador a completar o Golden Slam: título dos quatro Grand Slams e o ouro olímpico.
O jogador de 37 anos festejou com um rugido que ecoou em Roland Garros antes de o sérvio, em lágrimas, subir ao box para abraçar a mulher Jelena e os dois filhos.
"Não há maior inspiração do que representar o nosso país", disse o vencedor de 24 títulos de Grand Slam. Alcaraz também estava em lágrimas, afirmando que "tinha desiludido a Espanha".
Biles faz homenagem a Rebeca Andrade
Simone Biles foi o grande nome da ginástica artística, mas, sem dúvida, a imagem que ficou marcada em Paris foi a sua reverência a Rebeca Andrade no pódio do solo.
Biles disse que era "a coisa certa a fazer" após ela e a compatriota Jordan Chiles terem terminado nas posições de prata e bronze, respectivamente, atrás da brasileira na final de solo. "Rebeca é incrível, ela é a rainha", disse Biles.
Mais tarde, a romena Ana Barbosu foi premiada com a medalha de bronze depois que o Tribunal Arbitral do Esporte retirou a revisão de nota dada para Chiles. Na ocasião, a norte-americana deixou o 5º lugar e levou o bronze.
Lyles na hora certa
O campeão do mundo Noah Lyles venceu com um tempo de 9.79 segundos e conquistou o ouro na dramática final dos 100 metros olímpicos masculinos. A prova foi a mais disputada da história, e apenas cinco milésimos de segundo separaram Lyles de Kishane Thompson, o medalhista de prata da Jamaica.
"Sou o homem entre todos eles. Sou o lobo entre os lobos", disse Lyles, cuja vitória só foi confirmada depois de um photo finish.
Paquistão vence a Índia no lançamento de dardo
O paquistanês Arshad Nadeem conquistou o título olímpico do lançamento de dardo, o primeiro ouro individual do país em uma Olimpíada, com a marca de 92.97 metros. Em segundo lugar ficou o campeão em Tóquio, Neeraj Chopra, da Índia.
"A rivalidade existe nos jogos de críquete e nos outros esportes, é bom que os jovens de ambos os países vejam o nosso esporte e nos sigam. É uma coisa positiva", disse Nadeem.
Selfie no pódio entre Coreia do Norte e Coreia do Sul
As imagens dos jogadores olímpicos de tênis de mesa da Coreia do Norte e da Coreia do Sul fazendo uma selfie juntos no pódio das medalhas tornaram-se virais na Coreia do Sul, sendo saudadas como uma rara demonstração de unidade transfronteiriça.
Depois de a Coreia do Sul ter conquistado o bronze e a Coreia do Norte a prata na competição de duplas mistas, atrás da China, Lim Jong-hoon, da Coreia do Sul, tirou uma fotografia de grupo após a cerimônia de entrega das medalhas. Os integrantes do pódio foram fotografados por um celular da Samsung, patrocinadora dos Jogos e marca sul-coreana.
"Uma selfie com as bandeiras nacionais de ambas as Coreias e um celular Samsung", afirmou o diário de grande audiência JongAng Ilbo.
Sonhos de Arisa Trew
A sensação australiana do skate, Arisa Trew, de apenas 14 anos, venceu a prova feminina de park e tornou-se a mais jovem medalhista de ouro do seu país. Trew fez uma volta final de alto risco e alta velocidade com o seu capacete rosa, que é a sua marca registrada, levando o público a loucura.
O evento também contou com a participação de Zheng Haohao, de 11 anos, o atleta mais jovem da história a representar a China nos Jogos Olímpicos.
"Andar de skate nos Jogos Olímpicos não é muito diferente de andar de skate no meu bairro. Só que há mais espectadores", disse ela aos jornalistas.
Boxeadora vence o preconceito
Em uma noite de festa em Roland Garros, a boxeadora argelina Imane Khelif conquistou o ouro e usou a sua plataforma para responder aos "ataques" e ao "bullying" antes de declarar desafiadoramente: "Sou uma mulher como qualquer outra".
Juntamente com Lin Yu-ting, de Taiwan, que também lutou em Paris, Khelif foi desclassificada do campeonato mundial de 2023 por não ter passado nos testes de elegibilidade de gênero. No entanto, foram autorizadas a competir em Paris, o que deu origem a uma das maiores polêmicas dos Jogos.
"Tenho todas as condições para participar, sou uma mulher como qualquer outra. Nasci mulher, vivi mulher e competi como mulher", disse a jovem de 25 anos.
Cinco ouros para Cuba
O lutador cubano Mijaín López fez história nos Jogos Olímpicos ao se tornar o primeiro atleta a ganhar cinco ouros individuais consecutivos na mesma prova, superando ícones como Carl Lewis e Michael Phelps. O atleta de 42 anos colocou as suas sapatilhas no centro do tapete para marcar a sua intenção de se aposentar.
"A luta livre tem sido o amor da minha vida, durante toda a minha vida", disse ele.
O estilo de Yusuf
O turco Yusuf Dikec, medalha de prata no tiro, tornou-se uma sensação da noite para o dia devido ao seu estilo descontraído durante a competição. O atleta usou óculos normais, uma camiseta normal e a mão esquerda no bolso.
"O meu nome é Dikec. Yusuf Dikec", dizia um post nas redes sociais em referência ao ícone do cinema James Bond.