Mesmo sem conseguir competir na final, Valdileia sai de Paris com um feito histórico. A saltadora quebrou um jejum de 56 anos sem uma brasileira na final do salto em altura. Até esta edição de Jogos Olímpicos, a última finalista do Brasil na prova havia sido Maria Cipriano, que ficou na 11ª posição na Cidade do México em 1968.
Saiba tudo sobre as Olimpíadas de Paris
Valdileia passou nas eliminatórias igualando o recorde brasileiro de 1,92m, na 11ª colocação. Quando ela tentava a marca de 1,95m, acabou sofrendo a torção que a tirou da final. Depois da desistência, a atleta explicou que tentou se recuperar nos últimos dois dias.
"Eu não consegui recuperar porque eu acho que deve ter alguma lesão séria. Eu estava com dificuldade de andar. A gente fez tudo que poderia para tentar saltar na final. Tentaram me poupar ainda, mas, quando você tem que usar o pé 100%, eu não consigo, colocando força ainda", contou Valdileia em entrevista à TV Globo.
Valdileia também teve uma semana muito difícil do ponto de vista pessoal. Ela perdeu o pai quando já estava em Paris e chegou a pensar em abandonar os Jogos Olímpicos, mas decidiu permanecer e homenageá-lo com sua performance.
"Foi bem difícil. Na segunda-feira minha irmã me ligou e falou que meu pai tinha falecido. Muito difícil, mas a minha família me deu força. Eles falaram para eu ficar e competir pelo meu pai. Eu sabia que seria a prova mais difícil do ano. Na sexta-feira eu fiz por ele, fiz em homenagem a ele. Eu sei que ele está feliz e contente", emocionou-se.