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Apesar da chuva, GP do Brasil presta homenagem histórica a Ayrton Senna

AFP
Lewis Hamilton foi o responsável por conduzir McLaren de Senna em Interlagos
Lewis Hamilton foi o responsável por conduzir McLaren de Senna em InterlagosMIGUEL SCHINCARIOL/AFP
Espectadores com objetos alusivos ao carismático ídolo, Lewis Hamilton pilotando um carro icônico e um capacete gigante para lembrar o falecido herói: apesar da chuva, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 homenageou o lendário Ayrton Senna.

O Autódromo de Interlagos, em São Paulo, que neste domingo (3) recebeu a vigésima primeira etapa da temporada 2024, pode atestar o quão viva a memória do piloto brasileiro, campeão mundial em 1988, 1990 e 1991, continua viva no trigésimo aniversário de sua morte.

Os organizadores, torcedores e atletas atuais e antigos prestaram homenagem ao longo do fim de semana a quem muitos consideram o melhor piloto da história, falecido aos 34 anos no dia 1º de maio de 1994, após sofrer um acidente no Grande Prêmio da Itália em Ímola.

Grafite do artista Kobra dá a mostra da importância de Senna para o esporte nacional
Grafite do artista Kobra dá a mostra da importância de Senna para o esporte nacionalFormula 1/X/Reprodução

"Cada vez que viemos é uma oportunidade de fazer isso (homenagear Senna)", disse o britânico Lewis Hamilton (Mercedes), ao chegar nesta quinta-feira ao circuito de São Paulo vestindo uma camiseta que tinha o rosto do brasileiro estampado com a mensagem "Descanse em paz".

Lágrimas, alegria e críticas

Após o treino classificatório, adiado para este domingo devido às fortes chuvas que caíram no sábado, o heptacampeão mundial pilotou o carro da McLaren, com o qual seu ídolo conquistou o campeonato de 1990, na pista molhada do Autódromo de Interlagos.

Ele provocou lágrimas e alegria no público - que cantava "Olê, olê, olê, Senna, Senna" - ao parar o carro para pegar uma bandeira do Brasil e minutos depois, quando a ginasta brasileira Rebeca Andrade lhe mostrou o bandeira quadriculada.

"Foi muito emocionante, revivi minha infância, quando vi o Ayrton pilotar e vencer. Ainda não acredito que tive essa oportunidade. Ele é o maior de todos", disse Hamilton, figura muito querida no Brasil, onde recebeu o título de cidadão honorário em 2022.

Sua participação, porém, não agradou a todos. Os ex-pilotos locais de F1 Rubens Barrichello e Emerson Fittipaldi, vencedor dos campeonatos de 1972 e 1974, criticaram o fato de um estrangeiro pilotar o icônico carro.

"Aqui no Brasil não ser um brasileiro comemorando o carro do Ayrton? Desculpe, mas é um chute fora do gol", disse Fittipaldi ao site do UOL.

Tributo de Vettel

Antes do início das competições em Interlagos, onde o lendário piloto brasileiro venceu em 1991 e 1993, o tetracampeão mundial Sebastian Vettel apresentou na quinta-feira um carro especial, semelhante aos carros alegóricos exibidos nos desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro.

Junto com os artistas Matthias Garff (Alemanha) e Mundano (Brasil), o ex-piloto alemão construiu um capacete gigante amarelo, verde e azul com materiais recicláveis, como o que Senna usava, na tentativa de preservar o legado do brasileiro.

"Ayrton significa muito no Brasil, então pensamos: vamos construir um capacete, mas não vamos apenas construir um capacete, vamos torná-lo diferente e enfatizar outra questão, que é o meio ambiente e a gestão de resíduos", disse Vettel ao site oficial da F1.

A maior parte dos integrantes do grid assistiu à apresentação do tributo, no meio do circuito, que conta com murais em homenagem ao ídolo dentro e fora de suas instalações.

O interior do capacete é decorado com fotos em preto e branco do astro e assinaturas dos pilotos de F1.

"Ele foi meu ídolo e meu herói desde muito jovem", disse a revelação argentina Franco Colapinto (Williams), que muitos comparam a Senna devido à uma suposta semelhança física.