Opinião: Brasil retribui paixão de Hamilton com volta histórica em homenagem a Senna
Neste domingo (3), após a classificação para o GP do Brasil, em Interlagos, uma homenagem ao piloto brasileiro falecido em 1994 teve Hamilton como protagonista. O gesto recebeu algumas críticas como de Rubens Barrichello e Emerson Fittipaldi, com os ex-pilotos preferindo um compatriota de Senna na ação.
Debaixo de chuva - como Senna bem guiava e teve alguns de seus mais históricos resultados - o heptacampeão deu sua volta, com cuidado excessivo, celebrado pela torcida que compareceu debaixo de muita água.
O momento ainda reservou, ao som do "tema da vitória", a bandeira do Brasil à bordo, cena de Senna marcada na memória de muitos apaixonados. Foram inevitáveis os gritos de "olé, olê, olê, olá...Senna...Senna", acompanhados por lágrimas e olhos marejados.
"É muito emocionante, eu estava revisitando minha infância assistindo a Ayrton, vendo ele pilotar, vencendo corridas. Não posso acreditar que estou tendo essa oportunidade, ele é o maior de todos. Fazer isso em frente a essa torcida, eles ficaram debaixo de chuva o dia inteiro. É um dia muito especial", contou em entrevista à Band.
As condições fizeram com que a classificação mudasse de sábado para as 7h30 (horário de Brasília) deste domingo, assim como o horário da prova, que saiu das 14h para as 12h30.
Fã declarado e causas sociais
Apesar das preferências patrióticas de alguns, Hamilton tem muitas razões para ser querido pela torcida brasileira e receber gesto tão simbólico. Fã declarado de Senna, uma grande inspiração em sua carreira, Hamilton sempre demonstra grande carinho pelo Brasil, indo muito além das roupas verde e amarelas.
A relação do piloto com o país é especial, sendo correspondido pela adoração da torcida, que o tem como um dos preferidos em meio à ausência de brasileiros na Fórmula 1. Desde 2022, ele é cidadão honorário brasileiro.
A favor de Hamilton, seu perfil diferenciado, fazendo questão de se posicionar sobre temas como racismo, meio ambiente, diversidade e desigualdade social, tão presentes na realidade brasileira. A visão preocupada com as minorias e menos favorecidos certamente tem seu peso para o inglês terconquistado seu lugar no coração brasileiro da Fórmula 1.