Cientistas do NTT Communication Science Laboratories, de Atsugi, Japão, recrutaram três pilotos de testes de equipes da Fórmula 1 e colocaram sensores oculares dentro dos capacetes.
Os pilotos realizaram, então, 304 voltas nos circuitos de Suzuka, Fuji e Sugo.
A análise dos dados revelou que, embora a frequência de piscar dos pilotos fosse diferente, os pilotos geralmente piscavam nos mesmos pontos em cada circuito e fechavam menos os olhos à medida que dirigiam mais rápido.
Eles também involuntariamente sincronizaram o piscar de olhos com as partes mais retas da pista.
Por outro lado, todos os três evitaram as piscadas durante as partes críticas do percurso, como ao fazer curvas ou ao tentar uma ultrapassagem.
Os pesquisadores ressaltaram que piscar o olho dirigindo a 354 km/h pode significar dirigir no escuro por aproximadamente 20 metros.
A sincronia faz sentido
Ryota Nishizono, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, explicou à revista New Scientist que, como os padrões de direção dos pilotos eram semelhantes em cada circuito, é esperado que seus estados cognitivos, e portanto o piscar de olhos, estejam sincronizados.
O estudo completo foi publicado na iScience em maio deste ano.
Nossa taxa de piscar de olhos está relacionada à atenção que damos a uma determinada tarefa e, geralmente, piscamos os olhos involuntariamente 12 vezes por minuto, com cada piscada durando de um terço a um quinto de segundo.
O movimento serve, basicamente, para remover materiais da superfície dos olhos, protegê-los e mantê-los úmidos.