Barcelona renegocia acordo bilionário para financiar reforma do Camp Nou
O Barcelona aprovou um plano de dívidas de 35 anos em um referendo dos membros do clube em 2021, que permitiria a renovação do icônico, mas definhado, estádio Camp Nou e seus arredores.
A estrutura preliminar da dívida foi revisada, disse a Kroll Bond Rating Agency (KBRA) em relatórios publicados em seu site, com o Barça fazendo um pagamento final em 2047 em vez de 2052, conforme previamente acordado.
O plano original representava a única fonte de financiamento para o projeto Camp Nou. Sob a estrutura alterada, as notas seriam emitidas por 1,3 bilhão de euros (R$ 7,1 bilhões), com o restante do negócio composto por um empréstimo bancário de 200 milhões de euros (pouco mais de R$ 1 bilhão) com vencimento em 2028, informou o relatório da KBRA.
A KBRA disse que a estrutura revisada inclui refinanciamento adicional e risco de taxa de juros e, como resultado, rebaixou a classificação do plano de financiamento de BBB+ para BBB, o que significa que é menos atraente para os investidores.
Uma fonte do clube confirmou a revisão da estrutura da dívida, mas disse que os termos do acordo ainda estão sendo negociados com a Goldman Sachs e que o acordo definitivo será anunciado até 31 de março.
A Goldman Sachs não respondeu ao pedido de mais informações sobre as negociações em andamento e os novos termos.
O Camp Nou é o maior estádio de futebol da Europa e o quarto maior do mundo em capacidade, com 99.354 lugares, mas o clube considera que não oferece mais uma experiência completa para os torcedores.
O clube estima que o novo estádio permitirá ao Barça gerar 200 milhões de euros (pouco mais de R$ 1 bilhão) de receita adicional anualmente por meio de patrocínio e naming rights, bilheteria, alimentação, camarotes VIP, hospitalidade, reuniões e eventos.
O Barcelona anunciou que a construtora turca Limak fará a reforma e as obras começarão em junho.
O presidente do clube, Joan Laporta, que presidiu um dos períodos de maior sucesso do Barça de 2003 a 2010, foi reeleito há dois anos, depois que o conselho anterior renunciou devido à piora nas finanças do clube e outros problemas.
Ele herdou um Barcelona em meio a uma crise financeira exacerbada pela pandemia de COVID-19. Restrito pelas regras do Fair Play Financeiro (FFP) de LaLiga, o Barça não conseguiu fechar um novo contrato com o ídolo Lionel Messi, que saiu como agente livre para o Paris St Germain em 2021.
Desde então, Laporta tem tentado melhorar a situação financeira do clube, transformando o patrimônio do clube em dinheiro e trazendo novos patrocinadores.
Em março de 2022, o clube assinou um acordo de patrocínio de camisas e estádio com a plataforma de streaming de áudio Spotify (SPOT.N) em um acordo no valor de 280 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão).
O Barça também concordou em vender uma participação de 25% em seus direitos de TV da LaLiga pelos próximos 25 anos para o grupo de private equity norte-americano Sixth Street por 607,5 milhões de euros (R$ 3,34 bilhões) e aprovou a venda de uma participação minoritária de sua divisão audiovisual para Socios.com e Orpheus Media por 200 milhões (pouco mais de R$ 1 bilhão).