Copa do Mundo de Basquete: Até onde o Brasil pode chegar?
Bicampeão mundial e duas vezes vice-campeão, o time verde e amarelo não sabe o que é subir no pódio da competição há 45 anos. A última vez foi em 1978, justamente nas Filipinas, uma das sedes deste ano, quando terminou em terceiro lugar, atrás da campeã Iugoslávia e da vice-campeã União Soviética.
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A Seleção Brasileira ocupa a 13ª posição no ranking da FIBA e disputou todas as Copas do Mundo de Basquete. A classificação para o Mundial deste ano veio na última rodada das Eliminatórias, quando a equipe superou os Estados Unidos por 83 a 76, em Santa Cruz do Sul, e carimbou o passaporte.
A equipe comandada pelo técnico Gustavo De Conti conta com apenas dois jogadores que atuam no NBB, o Novo Basquete Brasil: o ala-armador Georginho e o ala-pivô Lucas Dias, ambos do SESI Franca, atual campeão nacional.
O restante da equipe atua fora do Brasil, com destaque para os experientes Marcelinho Huertas, do Tenerife-ESP, e Raul Togni Neto, que deixou a NBA para se juntar ao Fenerbahçe-TUR.
O único jogador brasileiro que atua no basquete norte-americano é o jovem Gui Santos, que pertence ao Golden State Warriors, mas vem jogando na liga de desenvolvimento. Dos convocados, um jogador para ficar de olho é Bruno Caboclo, do Venezia-ITA. Ele vem liderando o time desde a preparação, possui experiência internacional e é um dos craques da Seleção.
"Temos tranquilamente 13 seleções que brigam em condições muito parecidas, então, em um campeonato assim, detalhes podem decidir um jogo, uma classificação. Temos uma mescla de atletas jovens, outros experientes, um time bem equilibrado e que já mostrou que pode jogar de igual contra qualquer um. É jogar cada partida como se fosse contra o campeão do mundo, respeitando todos, pois não tem ninguém bobo", analisou o capitão Marcelo Huertas.
Convocados
ARMADORES
Marcelo Huertas - Tenerife-ESP
Yago Mateus - Estrela Vermelha-SRB
Raul Neto - Fenerbahçe-TUR
ALAS/ARMADORES
George de Paula - ULM-ALE
Vitor Benite - Zunder Palencia-ESP
ALAS
Guilherme Santos - Golden State Warriors-EUA
Leonardo Meindl - Tokyo-JPN
ALAS/PIVÔS
Lucas Dias - SESI Franca
Bruno Caboclo - Venezia-ITA
Tim Soares - Nagoya-JPN
PIVÔS
Felipe dos Anjos - Andorra-ESP
Cristiano Felício - Granada-ESP
Quartas de final no horizonte?
Analisando friamente o grupo G, a seleção brasileira tem totais condições de chegar à segunda fase. A chave passa por vitórias sobre Irã e Costa do Marfim, adversários que hoje estão abaixo no ranking da FIBA e, teoricamente, não apresentam o mesmo nível de qualidade técnica do Brasil.
A liderança da chave virá na disputa direta contra a Espanha, na segunda rodada. Os atuais campeões do mundo possuem desfalques em relação ao time que venceu há quatro anos, dentre eles a ausência de Ricky Rubio, que vai cuidar de sua saúde mental.
Duas seleções de cada chave avançam à segunda fase. Na próxima etapa da competição, o cruzamento do grupo do Brasil será com o H, que conta com Canadá, França, Letônia e Líbano. E é aí que as coisas podem se tornar complicadas para a seleção nacional.
Novos grupos de quatro seleções serão formados, com o Brasil podendo ter pela frente Canadá, Letônia ou França. Os franceses foram engolidos pelo Canadá na rodada inaugural e a Letônia não tomou conhecimento do Líbano.
Na segunda fase, as duas melhores seleções de cada chave vão seguir às quartas. Não será fácil, mas a Seleção já mostrou que pode fazer jogos muito equilibrados contra algumas das melhores equipes do mundo, como foi o caso da vitória sobre a Austrália na fase de preparação.
Portanto, as quartas de final podem pintar no horizonte. O que virá depois disso já é uma grande incógnita.
E a Olimpíada?
A Copa do Mundo de Basquete dará duas vagas às seleções das Américas nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Das seleções das Américas, além do Brasil, estão Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Porto Rico, México e República Dominicana.
Estados Unidos e Canadá são os virtuais candidatos a cravarem as duas vagas em Paris. A missão da seleção será muito difícil em conter esta dupla, mesmo com uma passagem ao mata-mata.
Se a vaga não vier via Copa do Mundo, a Seleção ainda terá uma chance via Pré-Olímpico Mundial. Mas a experiência de Tóquio mostrou que a missão é inglória. À epoca, o Brasil caiu no último jogo, perdendo a vaga para a Alemanha.
Hora de ser letal
Durante a preparação e a jornada nas Eliminatórias da FIBA, faltou à Seleção Brasileira qualidade para matar o adversário e não desperdiçar chances essenciais, como a segunda bola e também os lances livres.
Com um time mais ajustado, a missão da Seleção de Gustavo De Conti será tirar o "quase" do caminho brasileiro e fazer com que esta equipe se torne "finalizadora". Os desafios da Copa poderão amadurecer este elenco em uma jornada que poderá ser histórica.
"Talvez seja o esporte mais competitivo do mundo. Eu não sou o tipo de treinador que no início do trabalho coloca um objetivo, pois assim posso até diminuir o nosso sonho. Vamos jogo a jogo, mas acredito que temos condições sim de brigar por pódio, pelos jogadores que temos e pelo que viemos jogando. Será uma Copa do Mundo dura, para todos, mas acredito no nosso time", declarou Gustavo De Conti, em entrevista coletiva pré-jogo.
COPA DO MUNDO (ao vivo na ESPN)
26 de agosto
6h45 - Brasil x Irã
28 de agosto
10h30 - Brasil x Espanha
30 de agosto
6h45 - Brasil x Costa do Marfim
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