Cidades francesas vão proibir fan fests e telões durante a Copa do Mundo

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Cidades francesas vão proibir fan fests e telões durante a Copa do Mundo

Place de la Bourse é um dos pontos turísticos da cidade de Bordeaux
Place de la Bourse é um dos pontos turísticos da cidade de BordeauxProfimedia
Várias grandes cidades francesas, incluindo Lille, Estrasburgo e Bordeaux, disseram que não vão organizar fan fests ou colocar telões ao ar livre para exibir partidas da Copa do Mundo do Catar em protesto contra questões ecológicas e humanitárias.

Prefeitos de esquerda e ecologistas dessas cidades disseram que a perda de vidas de trabalhadores imigrantes durante a construção dos estádios no Catar e a energia que será desperdiçada para resfriar as arenas esportivas são evidentes sinais de que o evento, que acontecerá do dia 20 de novembro a 18 de dezembro, não deve ser promovido.

"Seria uma farsa se fôssemos cúmplices dos abusos humanitários e ecológicos incorporados nesta Copa do Mundo", disse o ecologista e prefeito de Bordeaux, Pierre Hurmic, à BFM TV nesta segunda-feira (3).

Veja a tabela completa da Copa do Mundo do Catar

O Catar enfrentou intensas críticas de grupos de direitos humanos e da mídia por seu tratamento aos trabalhadores migrantes, que junto com outros estrangeiros compõem a maior parte da população do país.

Uma análise do jornal 'Guardian' em fevereiro de 2021 concluiu que 6.500 imigrantes do sul da Ásia morreram no Catar desde 2010 e a Organização Internacional do Trabalho disse que o país não está relatando adequadamente as mortes de trabalhadores.

Os organizadores da Copa do Mundo do Catar, o Comitê Supremo para Entrega e Legado (SC), contestaram a afirmação de que "o torneio custou a vida de milhares de pessoas".

O governo disse que seu sistema de trabalho está em andamento, mas negou um relatório da Anistia de 2021 de que milhares de trabalhadores migrantes ainda estavam sendo explorados.

"Seria muito difícil fazer uma festa esquecendo os cadáveres e a situação humanitária na aberração que é a Copa do Mundo no Catar", disse Hurmic, acrescentando que não vai permitir telões e fan fests em Bordeaux.

O político também afirmou que, em um momento em que os cidadãos franceses estão sendo solicitados a serem econômicos com a energia, seria "incongruente" participar de um evento que desperdiça energia, como uma Copa do Mundo com ar-condicionado em um país desértico e quente.

No sábado (1), a prefeita esquerdista da cidade de Lille, no norte da França, disse que não exibirá jogos da Copa do Mundo em telões para demonstrar sua desaprovação ao evento que será realizado no Catar.

Martine Aubry chamou a Copa do Mundo do Catar de "um absurdo em termos de direitos humanos, meio ambiente e esporte".

Na semana passada, a cidade de Estrasburgo, sede do Parlamento Europeu, tornou-se a primeira grande cidade francesa a proibir as zonas de torcedores da Copa do Mundo, com sua prefeita ecologista Jeanne Barseghian denunciando o abuso dos direitos dos trabalhadores e razões ambientais.

O prefeito centrista de Reims - citando questões ambientais e de direitos humanos - também disse que proibiria telões ao ar livre, mas convidou torcedores de futebol para assistir aos jogos em restaurantes e bares locais.