Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

COI convida esgrimista ucraniana para a Olimpíada após desqualificação no Mundial

Apertar a mão de um adversário é obrigatório na esgrima
Apertar a mão de um adversário é obrigatório na esgrimaAFP
A ucraniana Olga Kharlan foi convidada a competir nos Jogos Olímpicos de Paris no próximo ano, pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), nesta sexta-feira, depois que a esgrimista foi desqualificada por se recusar a apertar a mão de adversária russa durante o Campeonato Mundial.

Uma carta enviada a Kharlan, assinada pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse que ela receberia uma cota adicional de vaga nas Olimpíadas caso não conseguisse se classificar no período restante.

"Fique tranquila, pois o COI continuará em total solidariedade com os atletas ucranianos e a comunidade olímpica da Ucrânia durante esses tempos extremamente difíceis", acrescentou.

Kharlan, quatro vezes medalhista olímpica e campeã mundial, venceu sua luta individual de sabre por 15 a 7 e depois se recusou a apertar a mão da russa Anna Smirnova - competindo como neutra - no Campeonato Mundial de Milão, na quinta-feira.

De acordo com as regras da esgrima, apertar a mão de um adversário é obrigatório e não fazê-lo resulta em um "cartão preto".

O ministro da Juventude e Esportes da Ucrânia, Vadym Huttsait, aprovou a decisão do COI em uma publicação no Facebook.

"Apesar de todo o ódio que minha equipe e eu suportamos nas últimas 24 horas, depois de trabalhar persistentemente para o benefício dos atletas ucranianos e não responder a isso, agora temos nosso primeiro resultado", disse ele.

"O trabalho continua para rescindir o "cartão preto" para as futuras competições de Olga e para evitar situações semelhantes em outros esportes."

A Federação Ucraniana de Esgrima (NFFU) também apoiou Kharlan.

Atletas ucranianos de outros esportes - incluindo as tenistas Elina Svitolina e Marta Kostyuk - também se recusaram a apertar a mão de adversários russos e bielorrussos após a invasão russa na Ucrânia, com Moscou usando a Bielorrússia como palco para o que chama de "operação militar especial".

O COI disse na sexta-feira que as federações internacionais deveriam lidar com sensibilidade com situações envolvendo atletas ucranianos e neutros.

Atleta russa foi insistente no seu pedido de desqualificação da ucraniana
Atleta russa foi insistente no seu pedido de desqualificação da ucranianaAFP

Regras relaxadas

Kharlan representou a Ucrânia no torneio de esgrima depois que o ministério dos esportes do país flexibilizou suas regras sobre equipes esportivas nacionais que competem em eventos olímpicos, não olímpicos e paralímpicos com competidores da Rússia e Belarus.

"A decisão tomada pelo Ministério dos Esportes da Ucrânia permitirá que os atletas ucranianos participem de competições internacionais e os habilitará a se qualificar para os Jogos Olímpicos de Paris 2024", disse o COI à Reuters na sexta-feira.

"Estamos felizes que eles terão essa oportunidade e, ao mesmo tempo, estamos cientes dos difíceis conflitos internos que eles podem ter, dada a agressão contra seu país.

"Portanto, incentivamos as Federações Internacionais a lidar com situações que envolvam atletas ucranianos e atletas individuais neutros com o grau necessário de sensibilidade.

"Continuamos a nos solidarizar totalmente com os atletas ucranianos e com a comunidade olímpica da Ucrânia."

A NFFU entrou com recurso contra a desqualificação de Kharlan.

Ucraniana fez questão de não cumprimentar adversária russa após sua vitória
Ucraniana fez questão de não cumprimentar adversária russa após sua vitóriaAFP

"(A NFFU) apresentou um protesto à FIE contra a decisão da direção técnica da competição em relação à desqualificação", disse a NFFU em um comunicado na sexta-feira.

"A questão da 'falta de respeito', que se tornou a base da reclamação, é de competência exclusiva do árbitro, que não registrou nenhuma violação nas ações da esgrimista ucraniana no momento em que a luta terminou.

"Mais importante ainda, esse assunto não se enquadra na jurisdição da diretoria técnica de acordo com o regulamento da FIE."

Kharlan disse que manteve sua decisão de não apertar a mão de Smirnova.

"Hoje é um pouco melhor por causa de todo o apoio que eu tenho. Tudo o que aconteceu serve como uma grande mensagem para as pessoas", disse Kharlan à Reuters na sexta-feira.

"As regras devem ser mudadas para os ucranianos, é preciso entender que ainda estamos em guerra. Durante essa guerra, não podemos apertar as mãos. É preciso mudar e ter algum respeito por nós.

"Quando eu puder escolher, nunca apertarei a mão dela. Sinto muito, mas há algo maior do que os Jogos Olímpicos, a licença ou a esgrima. Finalmente entendi isso, há algo além. O apoio ao povo ucraniano é incrível".

Embate terminou com vitória (e desqualificação) da atleta da Ucrânia
Embate terminou com vitória (e desqualificação) da atleta da UcrâniaAFP