Gerson e Pepe, que jogaram com Pelé nas seleções brasileiras campeãs do mundo, descreveram o único homem a ganhar três troféus da Copa do Mundo como um jogador de outro planeta, que também era um grande cara fora do campo.
Confira cobertura de destaque sobre a despedida de Pelé
Pelé, cujo nome completo era Edson Arantes do Nascimento, morreu na quinta-feira às 15h27, horário local, devido à falência múltipla de órgãos resultante da progressão de um câncer de cólon, segundo o Hospital Albert Einstein de São Paulo. Ele tinha 82 anos.
O Brasil declarou três dias de luto para lamentar sua morte, com líderes globais, fãs e amigos prestando homenagem ao ícone do esporte.
Gerson, que venceu a Copa do Mundo de 1970 com o Brasil ao lado de Pelé, disse à Reuters em entrevista de sua casa em Niterói, Rio de Janeiro, que jogar com ele "era saber que a vitória viria".
"Ele era o melhor, o rei do futebol. Edson Arantes do Nascimento morreu, mas Pelé é eterno", disse Gerson, de 81 anos. Ele e Pelé marcaram na final de 1970, quando o Brasil goleou a Itália por 4 a 1 e conquistou seu terceiro título mundial.
José Macia, apelidado de Pepe, participou dos dois torneios anteriores em 1958 e 1962, e também jogou com Pelé pelo Santos. Ele elogiou seu ex-companheiro de equipe como único, cujas habilidades nunca mais serão vistas.
"Eu brinco que a mãe dele jogou fora a fórmula que usou para criá-lo. Nunca haverá alguém como ele", disse Pepe, 87, em entrevista em sua casa em Socorro, pequena cidade perto de São Paulo.
"Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Maradona são jogadores excepcionais, maravilhosos, mas são humanos. Pelé não era humano, ele veio de Saturno."
Gerson foi mais longe: "Existe algum lugar além de Saturno?" ele se perguntou. "Se assim for, é de onde ele veio".