O capitão do Real Madrid teve um total de 50,78 gols esperados nas três últimas temporadas do Campeonato Espanhol, pela métrica xG (sigla de "gols esperados", em inglês), que avalia a qualidade das oportunidades de gol criadas. Ele superou esses números e marcou 55 gols no período.
Durante o mesmo intervalo, ele marcou 20 gols em 15,43 xG na Liga dos Campeões. Uma amostra suficiente dos dados e o xG a longo prazo mostram que Benzema não só se coloca em boas posições regularmente, mas também é um excelente finalizador.
Depois de anunciar a convocação da França, Deschamps deu a entender que os atuais campeões mundiais voltarão a uma formação com quatro defensores, muito provavelmente o 4-2-3-1 do Mundial de 2018. E tudo indica que Benzema será substituído por Olivier Giroud — um jogador que muitos afirmam ser o melhor reserva. E os dados não negam esta ideia.
Depois de chegar no Milan, Giroud fez 42 jogos na Serie A nas duas últimas temporadas (com um total de 2.836 minutos jogados), marcando 16 gols. Ele finaliza regularmente de forma centralizada – apenas Victor Osimhen, do Napoli, e Edin Dzeko, da Inter de Milão, criam oportunidades mais perigosas.
Além disso, Giroud é um dos atacantes mais defensivamente benéficos do mundo. Ele recupera a posse de bola durante a partida, é eficaz na pressão e, além disso, excelente pelo alto – em todos esses aspectos, ele está entre os melhores atacantes da Serie A. Na temporada atual, Giroud é o melhor atacante pelo alto, à frente de Abraham, Beto, Osimhen e Vlahovič.
Tchouaméni como uma das forças motrizes da França
Outro tópico muito falado é que a França chegou ao Catar com o quinto elenco mais jovem, o que se reflete principalmente no meio-campo. Enquanto Giroud e Griezmann já têm 224 partidas com a seleção, Eduardo Camavinga tem apenas quatro. Aurélien Tchouaméni jogou 14 com os Le Bleus até o momento. O meio-campista mais experiente é, portanto, Adrien Rabiot, com 29 partidas. No final, tudo depende das habilidades do jogador, e podemos descrevê-las com bastante precisão com as estatísticas.
Tchouaméni jogou a temporada 2021/22 no Monaco com números que são vistos raramente em um jogador tão jovem. Aos 21 anos de idade, ele se tornou o melhor meio-campista defensivo da Ligue 1. Nenhum outro jogador em sua posição parou tantas chances perigosas ou interceptou e bloqueou um número tão alto de passes. E nenhum outro jogador teve uma taxa de sucesso tão alta em cabeçadas. Ele venceu 70% de seus duelos aéreos e ganhou a bola no chão em 76% das vezes.
Ele também foi um grande trunfo para sua equipe no jogo de passes. Um de nossos modelos mais complexos é a chamada probabilidade de gol agregado (GPA+), ou valor agregado por gol – este modelo rastreia todos os toques de um jogador na bola e mede o quanto ele aumenta a chance de seu time marcar um gol.
Podemos monitorar a GPA+ para passes e dribles ao mesmo tempo, dividi-la em ambas as atividades separadamente ou mapear como o jogador se desempenha nestas atividades em terços específicos do campo.
Entre os seis jogadores que jogaram pelo menos 1.000 minutos na temporada 2021/22 da Ligue 1, apenas Bruno Guimarães, agora jogador do Newcastle da Inglaterra, foi mais benéfico para sua equipe em termos de passes e corridas que levaram perigo ao adversário. Matematicamente, o tipo de passe mais valioso à época foi o passe diagonal da intermediária. Esse é o passe que Kylian Mbappé vai procurar na Copa do Mundo. Tchouaméni ainda não jogou minutos suficientes no Real Madrid para uma análise precisa.
A Dinamarca e a defesa que ninguém passa
No ano passado, a Dinamarca chegou às semifinais da Eurocopa. Em seguida, eles venceram 11 de um total de 15 jogos disputados e dominaram as Eliminatórias da Copa com um placar agregado de 30 a 3. Na Liga das Nações, a Dinamarca terminou seu grupo em segundo lugar atrás da Croácia.
Progredir em um grupo que tem França, Austrália e Tunísia não parece ser um grande problema no papel, mas a perspectiva de enfrentar Argentina, Holanda ou Brasil na fase de mata-mata exigirá que o time coloque à prova suas melhores habilidades defensivas. Este é um dos destaques da Dinamarca e uma das razões pelas quais ela chegou tão longe no último grande torneio que disputou.
Após o fim da Eurocopa, os dinamarqueses se classificaram para a Copa do Mundo permitindo apenas 0,61 xG por partida nos sete confrontos restantes. Entretanto, na sua última partida contra a Escócia e nas duas partidas seguintes da Liga das Nações contra a França e a Áustria, a Dinamarca não foi tão dominante na retaguarda.
Nestas três últimas partidas, o time de Kasper Hjulmand permitiu um total de 26 chutes de dentro da área e uma média de 2,2 xG por jogo, mostrando o quanto essas chances eram perigosas.
Nas quatro últimas partidas da Liga das Nações, vimos mais uma vez uma Dinamarca mais típica, que não dá muitas chances aos adversários. Em resumo, alguns chutes chegarão ao gol de Kasper Schmeichel, que ainda não está atuando de forma tão confiável no Nice quanto esteve no Leicester.
De acordo com nossos modelos, Schmeichel sofreu o mesmo número de gols que sofreria um goleiro médio da Ligue 1 em seu lugar. Ele também está perto da média do campeonato francês na qualidade das defesas. O treinador Kasper Hjulmand tem no banco o excelente goleiro do Union Berlin, Frederik Rønnow, que também é um grande passador, mas Schmeichel ainda é a escolha número um do técnico dinamarquês.
