Decepção? Relembre as campanhas da "ótima geração belga" nos grandes torneios
Thibaut Cortouis (30), Kevin De Bruyne (31) e Romelu Lukaku (29) ainda terão idade para estar daqui a três anos e meio no Mundial na América do Norte. Resta saber, porém, se superarão as divergências atuais e se terão um elenco de apoio que os motive a estar novamente na Copa do Mundo.
Até o início da última década, o melhor momento da Bélgica no futebol havia ocorrido durante a década de 1980. A seleção ficou com o vice da Euro em 80, perdendo a final por 2 a 1 para a Alemanha, e com o quarto lugar na Copa do Mundo de 1986, caindo na semifinal para a Argentina de Maradona.
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Com participações seguidas em Copas de 1982 até 2002, os belgas viram os Mundiais de 2006 e 2010 pela TV, além das Euros de 2004, 2008 e 2012. A esperança surgiu após a Eurocopa disputada na Polônia e na Ucrânia há dez anos, com o surgimento de diversos jovens talentosos.
Thibaut Cortouis, Vincent Kompany, Jan Vertonghen, Axel Witsel, Kevin De Bruyne, Eden Hazard, Dries Mertens e Romelu Lukaku estavam no elenco que levou a Bélgica de volta à Copa do Mundo depois de 12 anos, no Brasil em 2014.
Copa do Mundo de 2014: queda para a Argentina nas quartas
A primeira grande competição da então promissora "ótima geração belga" cumpriu as expectativas no resultado final, mas deveu muito no desempenho em campo. Comandados pelo ídolo nacional Marc Wilmots, craque do time de 2002, os belgas passaram a primeira fase com três vitórias magras: 2 a 1 sobre a Argélia, 1 a 0 contra a Rússia e 1 a 0 diante da Coreia do Sul.
Devendo muito nas apresentações, a Bélgica passou com sofrimento sobre os Estados Unidos ao vencer na prorrogação por 2 a 1 em Salvador. A campanha belga terminou em Brasília, onde caiu para a Argentina por 1 a 0 com gol de Gonzalo Higuaín. Os sul-americanos chegariam à final da competição.
Euro de 2016: zebra histórica contra o País de Gales
Mesmo com a decepção em relação ao desempenho no Brasil, Marc Wilmots seguiu no comando da seleção até a Euro de 2016, na França. Com algumas adições importantes no elenco, como Radja Naingollan e Yannick Carrasco, a Bélgica chegou à competição com status de favorita ao título.
Na estreia perdeu para a Itália por 2 a 0 e depois venceu a Irlanda por 3 a 0 e a Suécia por 1 a 0. Atropelou a Hungria por 4 a 0 no primeiro jogo de mata-mata ae chegou às quartas de final para protagonizar uma das grandes zebras do torneio. Em partida muito abaixo do seu potencial, a Bélgica viu Gales de Bale e cia passear e vencer por 3 a 1. Essa foi uma das grandes decepções desta geração.
Copa do Mundo de 2018: 3º lugar e vitória sobre o Brasil
O Mundial disputado na Rússia foi o auge da famosa geração belga. A seleção apostou na troca do comando: saiu Marc Wilmots e entrou Roberto Martínez, treinador com experiência nas grandes ligas. O time deu o salto necessário para finalmente vencer e jogar bem.
A primeira fase em 2018 foi superada com tranquilidade pelos belgas. As vitórias de 3 a 0 sobre o Panamá, 5 a 2 contra a Tunísia e 1 a 0 sobre a Inglaterra deram o primeiro lugar do grupo para o time do técnico espanhol.
Com Hazard, De Bruyne e Lukaku em grande fase, o Japão foi a vítima das oitavas de final em virada épica por 3 a 2. Em seguida, veio o grande jogo da história do país, que marcou este grupo de jogadores: a vitória sobre o Brasil por 2 a 1 e a volta às semifinais 32 anos depois.
Assim como em 1986, a Bélgica não foi páreo para os futuros campeões mundiais, desta vez a França. Diferentemente da grande geração do século anterior, o time de 2018 venceu a disputa do terceiro lugar e conquistou sua melhor colocação em Mundiais.
Euro de 2020: nova queda para os campeões
A Eurocopa de 2020, disputada em 2021, já tinha um tom de despedida para as chances de título dos belgas a nível europeu. A primeira fase teve vitórias convincentes sobre Rússia, por 3 a 0, Dinamarca, por 2 a 1, e Finlândia, por 2 a 0.
As oitavas de final colocaram os belgas diante dos então campeões europeus, com vitória por 1 a 0 sobre Portugal em Sevilla e atuação bem contestada. O nível do time de Martínez melhorou para o jogo contra a Itália em Munique. Mesmo assim, a Bélgica não foi páreo para o time que seguiria rumo ao título em Wembley.
Copa do Mundo 2022: fim de festa e eliminação na 1ª fase
O Mundial de meio de temporada europeia no Catar aumentou o clima de última dança para os belgas. Houve declarações polêmicas de líderes do elenco já na preparação. De Bruyne, por exemplo, confessou não acreditar em um título devido ao elenco envelhecido. O clima pesou e alguns conflitos foram criados.
Dentro de campo, praticamente nada funcionou, mesmo quando venceu o Canadá na estreia por 1 a 0. No segundo jogo, derrota para o Marrocos por 2 a 0 e, em seguida, empate por 0 a 0 contra a Croácia. O resultado marcou a eliminação dos belgas e o fim do trabalho de seis anos de Roberto Martínez.