"Somente os búlgaros devem jogar pela seleção nacional. Enquanto eu for o diretor, nenhum jogador estrangeiro com passaporte estrangeiro ou com uma cor de pele diferente jogará pela seleção búlgara", afirmou.
O caso tem gerado grande repercussão no país do leste europeu nos últimos três dias. Ivanov, quando procurado, manteve sua fala. "Não me importo com acusações de racismo", disse.
"O maior orgulho que um jogador búlgaro pode ter é jogar pela seleção nacional. Se tirarmos isso de alguém, afetará a todos nós. Não quero jogadores de outros países substituindo os búlgaros. Em alguns países isso acontece, mas para mim é uma prática ruim", completou.
A mídia local repercute o caso, citando, por exemplo, a situação de Sylvester Jasper, que defende o Fulham e está emprestado ao Bristol. Ele é filho de mãe búlgara e pai nigeriano e já atua na base da seleção búlgara.
Fora de contexto?
Ivanov afirma que sua declaração foi tirada do contexto. "Minha posição permanece clara. Apenas jogadores com raízes e sentimento búlgaro devem jogar pela seleção, independentemente de terem nascido no país ou não. Mantenho minhas palavras de que meu desejo é ver a Bulgária com búlgaros na equipe e acredito que a comunidade do futebol vai concordar", escreveu em um comunicado.
Federação búlgara em silêncio
Apesar de mais de três dias para se pronunciar, a federação búlgara de futebol não se pronunciou sobre o caso. Na sua página oficial, não há nada sobre a fala de Ivanov.
A lenda da seleção búlgara, Stilijan Petrov, não teve problemas em expressar sua opinião. O ex-jogador escreveu em seu perfil no Facebook: "Estou chocado e triste com as palavras do diretor técnico da nossa federação de futebol, que condeno da forma mais veemente. Está errado alguém pensar desta forma, ainda mais o diretor principal de uma organização com tanta responsabilidade e influência. Ele não deveria considerar palavras discriminatórias como aceitáveis, é o cúmulo do absurdo. Isso mostra a podridão e a cultura da ignorância entre nossos dirigentes de futebol."
As palavras de Ivanov também foram consideradas inaceitáveis por seu ex-clube, o Levski Sofia. Com as cores azuis, Gonzo marcou mais de cem gols e mais tarde também foi treinador e diretor do clube. "Nos distanciamos e condenamos as palavras do diretor técnico e ex-jogador Georgi Ivanov proferidas em 24 de janeiro de 2023. Não aceitamos racismo e discriminação de nenhuma forma."