Djokovic enfrenta Tsitsipas em final cheia de expectativas no Aberto da Austrália
Um ano depois de ser deportado da Austrália na véspera do Grand Slam por falta de vacinação contra a COVID-19, Djokovic lutou contra uma distensão muscular, importunou os espectadores e uma tempestade na mídia sobre seu pai tirar fotos ao lado de fãs que carregavam bandeiras russas proibidas em Melbourne Park. Ao lidar com tudo isso, porém, Djokovic tem sido supremo.
A vitória dominante na semifinal sobre o americano Tommy Paul na sexta-feira (27) ampliou sua sequência de vitórias no torneio para um recorde de 27 na era profissional, superando a sequência de 26 partidas de Andre Agassi entre 2000 e 2004.
Nunca derrotado em Melbourne Park depois de chegar às semifinais, o quarto cabeça-de-chave Djokovic é considerado um favorito invencível para triunfar novamente sob os holofotes da Rod Laver Arena.
Apesar disso, a decisão apresentou possivelmente o melhor confronto que os torcedores poderiam esperar após a saída precoce do campeão Rafa Nadal.
O duelo oferece uma revanche da dramática final do Aberto da França de 2021, na qual Djokovic voltou de dois sets para arrebatar o título e deixar o grego Tsitsipas com o coração partido.
Não que a partida estivesse fresca na memória de Djokovic.
"Acho que ele (Tsitsipas) nunca jogou uma final (de Grand Slam), estou errado?" Djokovic perguntou a repórteres incrédulos esta semana.
As apostas são altas para ambos os tenistas.
Aos 35 anos, Djokovic precisa de um título importante para empatar com os 22 de Nadal, de 36 anos, na corrida para se tornar o maior vencedor de Grand Slams de todos os tempos. Enquanto isso, o terceiro cabeça-de-chave, Tsitsipas, está desesperado para se tornar o primeiro grego a ganhar um título de Grand Slam, tendo colocado o país no mapa do tênis.
Quem vencer tirará o primeiro lugar do ranking mundial do espanhol Carlos Alcaraz, que perdeu o torneio devido a lesão.
Aos 24 anos, Tsitsipas pode sentir que chegou a sua hora. Ele acabou com sua "zica" de semifinais em Melbourne Park ao bater o russo Karen Khachanov em quatro sets na última sexta-feira (27), depois de cair três vezes antes na mesma fase do torneio australiano.
"Estes são os momentos pelos quais tenho trabalhado arduamente", disse Tsitsipas.
"Poder jogar em finais que têm um significado maior do que apenas a final."
A atmosfera promete ser elétrica e possivelmente volátil à medida que a tensão aumenta.
A forte comunidade grega de Melbourne, a mais populosa fora da própria Grécia, estará a todo vapor na Rod Laver Arena.
Eles vão rivalizar com o exército de torcedores sérvios que se deliciaram com o sucesso de Djokovic desde seu primeiro título em Melbourne Park, aos 20 anos, em 2008.
Os torcedores neutros, por sua vez, podem apoiar Tsitsipas na esperança de ver uma disputa genuína.
Com um saque potente, golpes de fundo calibrados e se sentindo confortável em todas as áreas da quadra, Tsitsipas tem as armas para incomodar qualquer um no circuito. Ainda não se sabe se ele tem resistência e força mental para desestabilizar o homem de ferro Djokovic.
Apesar de toda a agitação da jovem geração, apenas Daniil Medvedev conseguiu vencer o sérvio em uma partida completa em um Grand Slam em quadra dura desde a surpreendente derrota na quarta rodada do Aberto da Austrália de 2018 para Chung Hyeon.
Nem mesmo Nadal ou o grande aposentado Roger Federer já superaram Djokovic em uma final em Melbourne Park, e o sérvio está determinado a estender esse recorde incrível.
"É claro que tenho objetivos e ambições profissionais. São Grand Slams e ser o número um do mundo", disse Djokovic.
"Então, eu quero fazer mais história neste esporte, sem dúvida."