O primeiro treino de quinta-feira durou apenas oito minutos antes que o carro de Sainz atingisse a tampa de metal em uma tempestade de faíscas. A segunda sessão começou às 2h30, horário local, na sexta-feira, após verificações de segurança.
Os comissários de pista recusaram o pedido da equipe italiana de reparos sem penalidades, pois disseram que eram obrigados a aplicar os regulamentos conforme escritos.
"Os comissários observam que, se tivessem autoridade para conceder uma anulação parcial no que consideram, neste caso, circunstâncias atenuantes, incomuns e infelizes, eles o teriam feito", disseram.
"No entanto, os regulamentos não permitem tal ação."
A célula de sobrevivência, o motor, o armazenamento de energia e os componentes eletrônicos de controle da Ferrari foram todos danificados sem possibilidade de reparo.
Os pilotos têm direito a dois armazenamentos de energia na temporada e o espanhol Sainz estará agora em seu terceiro, o que provocará uma penalidade automática de 10 posições.
Sainz participou do segundo treino, terminando como o segundo mais rápido, atrás do companheiro de equipe Charles Leclerc (26), e elogiou seus mecânicos pelo esforço "heroico".
A alegria de voltar à pista evaporou quando a equipe lhe informou sobre a penalidade.
"Eu estava bastante animado e otimista", disse ele aos repórteres.
Má notícia
"Infelizmente, quando a sessão terminou, a equipe me informou que eu receberia uma punição de 10 posições no grid por algo que eu e a equipe não temos culpa e, obviamente, isso mudou completamente minha mentalidade e minha opinião sobre o fim de semana e como ele será daqui para frente.
"Vocês não vão me ver muito feliz neste fim de semana", acrescentou.
O espanhol disse que haveria oportunidades de ultrapassagem, mas ele estava muito chateado para discutir o que poderia acontecer.
"O que aconteceu hoje para mim é um exemplo muito claro de como esse esporte pode ser melhorado de muitas maneiras", disse ele.
"A FIA, as equipes, as regras. Tudo isso poderia claramente ser aplicado como força maior para que eu não sofresse uma penalidade mas, de alguma forma, sempre há pessoas, sempre há maneiras de piorar a situação para um indivíduo. Neste caso, é a minha vez de pagar o preço."
"Inaceitável"
O chefe da Ferrari, Fred Vasseur (55), disse que o incidente foi "inaceitável". "Acho que é difícil para uma equipe chegar a Las Vegas e ter esse tipo de incidente", disse ele.
Vasseur disse aos repórteres, após o primeiro treino, que o incidente custaria uma fortuna à sua equipe.
"Com certeza estou frustrado. Também estou assustado porque Carlos bateu em uma peça metálica a 320 km/h e poderia ter sido muito pior", acrescentou o francês.
O chefe da McLaren, Zak Brown (52), simpatizou com a Ferrari e disse que teria apoiado uma renúncia.
"É preciso dizer que se trata de força maior, não é nada que eles tenham feito", disse ele à Sky Sports. "Um incidente muito infeliz e único. Fiquei um pouco surpreso ao ver isso.
"Acho que precisamos dar um pouco mais de apoio se algo assim acontecer. Eu apoiaria que eles não recebessem uma penalidade."
