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Etíope Tamirat Tola quebra recorde olímpico e vence maratona em Paris

AFP
Etíope Tamirat Tola quebrou recorde olímpico
Etíope Tamirat Tola quebrou recorde olímpico AFP
O etíope Tamirat Tola se proclamou campeão da maratona olímpica dos Jogos de Paris neste sábado (10), numa prova em que o queniano Eliud Kipchoge logo ficou para trás, sem chances de conquistar o terceiro ouro consecutivo, e acabou abandonando.

Tola, que vai completar 33 anos no domingo, venceu no atípico traçado parisiense com um tempo de 2 horas, 6 minutos e 26 segundos, estabelecendo um novo recorde olímpico.

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O belga Bashir Abdi cruzou a linha de chegada 21 segundos atrás e ficou com a medalha de prata, enquanto o bronze foi para o queniano Benson Kipruto, que chegou 34 segundos atrás do vencedor.

Mas a imagem simbólica foi a de Kipchoge com muitos problemas e até andando. Ele ficou distante do pelotão da frente e abandonou a prova depois do quilômetro 30, quando já tinha 8 minutos e 30 segundos de atraso em relação aos líderes. Aclamado no percurso pelos espectadores, o icônico maratonista queniano deu de presente seu número, tênis e meias antes de entrar no carro que retira os atletas da prova.

Percurso atípico da maratona das Olimpíadas de Paris desafiou os corredores
Percurso atípico da maratona das Olimpíadas de Paris desafiou os corredoresAFP

Sem o 3º ouro seguido 

Kipchoge, ex-recordista mundial (2h01min09 em 2022), sonhava em ser o primeiro maratonista a emendar três ouros olímpicos, para superar o corredor da Alemanha Oriental Waldemar Cierpinski (campeão olímpico em Montreal-1976 e Moscou-1980) e o etíope Abebe Bikila (Roma-1960 e Tóquio-1964), mas em nenhum momento esteve perto da façanha.

"Hoje foi um dia difícil. É como no boxe, você pode treinar cinco meses para uma luta e eles te nocauteiam em dois segundos. Mas a vida continua", disse Kipchoge, que admitiu ter sido sua "pior maratona".

Tola foi o herói da manhã ensolarada em Paris. Rapidamente foi para a ponta do pelotão e mostrou estar preparado para a maratona, que tinha um percurso atípico, que tinha 436 metros de elevação.

O encadeamento de subidas e descidas em Paris, passando por Versalhes, acabou afetando o desempenho dos corredores, a maioria deles acostumados a maratonas em um terreno mais plano.

Esta não é a primeira medalha olímpica de Tamirat Tola, que foi bronze nos 10.000 metros dos Jogos do Rio de Janeiro em 2016. Na maratona, foi campeão no Mundial de Eugene em 2022 e vice-campeão no Mundial de Londres em 2017.

"Obrigado, Paris!", disse Tola depois de cruzar a linha de chegada. "Estou muito feliz, fui campeão do mundo em 2022 e agora sou campeão olímpico. É o dia mais feliz da minha vido, esse era o meu objetivo", comemorou.

Este ano, o etíope abandonou a maratona de Londres em abril e não terminou a prova na maratona do Mundial de Budapeste em 2023, ano em que conseguiu se recuperar vencendo a maratona de Nova York meses depois.

Tola foi bronze nos 10.000m na Rio 2016
Tola foi bronze nos 10.000m na Rio 2016AFP

Quarto etíope campeão

Com sua vitória neste sábado na Esplanade des Invalides, Tola se torna o quarto etíope a ser campeão olímpico da maratona masculina, depois do pioneiro Abebe Bikila, com as vitórias em 1960 e 1964, Mamo Wolde (1968) e Gezahegne Abera (2000).

Outra lenda que participou da prova, o também etíope Kenenisa Bekele, terminou na 29ª colocação com o tempo de 2h12min24.

"É ótimo que a Etiópia tenha vencido a corrida. Tola é muito forte, estou feliz por ele. As pessoas falavam de mim e de Kipchoge, mas hoje foi o dia da geração mais jovem. Esses jovens são mais fortes do que nós", admitiu Bekele.