Gilberto Silva fez parte de uma equipe que contava com bastante poder de criação, tendo Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo como principais expoentes. Já se passaram mais de duas décadas desde que Yokohoma contemplou a glória brasileira. Desde então, vem sendo difícil para a Seleção chegar ao topo, apesar do talento incontestável de jogadores como Neymar.
Faltou cabeça ou maldade?
No Catar, especialmente, o time levou um gol da Croácia em um lance totalmente evitável, seja com a marcação de uma falta ou com inteligência para fechar os espaços e controlar a posse de bola até o apito final.
Gilberto Silva, que atualmente trabalha com uma metodologia voltada ao treino mental para atletas, deu sua opinião sobre a falta de um psicólogo na comissão de Tite. O fator, segundo o jogador, não foi preponderante naquele momento específico. Faltou mesmo foi malícia aos jogadores brasileiros.
"Isso é muito relativo em algumas situações. Todos os jogadores que estavam no Catar atuam em grandes clubes, são acostumados com competições de alto nível. Vai da cabeça de um técnico ter ou não esse profissional. Mas algumas coisas fogem à questão do profissional em si", analisou Gilberto em entrevista ao Flashscore.
"Para mim, o que aconteceu no jogo contra a Croácia foi um desequilíbrio na parte de organização. Quando o Brasil toma o gol de empate, existia um problema de posicionamento. Há de se questionar, de fato, porque a equipe se abriu. Acho que foge da visão do psicólogo, é diferente de quando você está ganhando um jogo, as coisas desequilibram, os jogadores ficam irritados e o nervosismo vem. Aí entra a questão de controle emocional."
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Defesa de um técnico brasileiro para a Seleção
Um dos grandes questionamentos em torno da Seleção Brasileira no momento é a possibilidade da Canarinho ter um comandante estrangeiro. Apesar do grande apelo midiático em torno do tema, Gilberto Silva vê que o time verde e amarelo ainda pode se valer de um comandante nacional. O ex-jogador citou alguns nomes que poderiam exercer o cargo.
"Primeiro o que eu vejo, consigo analisar, é um apelo por parte da mídia, que é favorável a ter um treinador estrangeiro na Seleção. Um questionamento que fica é: não é possível que não tenhamos um treinador brasileiro que as pessoas valorizem, reconheçam, que possa ter espaço na Seleção Brasileira", avaliou.
"Se tiver que acontecer (ter um treinador estrangeiro), o que precisamos entender é questão de competência, resultado. Se for uma decisão do presidente da CBF, não sei se já tem diretor de futebol, se for este o consenso, isso vai fazer parte do processo, mas eu ainda acredito que tenhamos alguém no Brasil", completou Gilberto, apontando na sequência alguns nomes e fazendo um alerta: é importante ter sequência.
"Acho que no país tem vários treinadores, já foi falado do Cuca, do Renato Gaúcho, do Dorival, alguém falou do Rogério (Ceni). Mas, acima de tudo, acho que o mais importante é questão de competência e trabalho. Quem for contratado precisa entender a pressão do cargo, ser técnico da Seleção Brasileira é quase como ser presidente do país. A cobrança é muito grande. Pode ser o Guardiola, o Ancelotti, o Diniz, qualquer outro treinador. Se não der tempo, entender os processos, não vai funcionar", sentenciou o ex-jogador e ídolo do Arsenal.
"O Pelé é muito maior que isso"
Um dos assuntos que mais provocou controvérsias em relação à geração do pentacampeonato no início deste ano foi a ausência das estrelas daquele time no velório de Pelé, na Vila Belmiro, em Santos. Gilberto Silva lamentou, em entrevista ao Flashscore, toda a polêmica gerada em torno do assunto, destacando que a discussão é muito pequena tendo em vista a grandeza do Rei do Futebol.
"Eu respeito a opinião de quem provocou esse novo tópico de discussão, mas achei totalmente desnecessário. É muito pequeno ficar falando sobre isso e não exaltar o que ele, Pelé, fez de bom para todos nós, da grandeza dele, que transcende qualquer ato que for feito", opinou Gilberto.
"Algumas pessoas criaram uma situação, ao meu ver, desnecessária, sem saber a condição em que cada um se encontra. Não quero questionar se eles fizeram certo ou errado, o Pelé é muito maior que isso. Criar uma discussão dessas, acho que não leva nenhum de nós a lugar algum. O mais importante é todos nós nos lembramos que o Pelé é muito maior que tudo isso", reforçou o ex-meia. "Cada atleta que veio depois do Pelé, quem faz parte do mundo do futebol, sabe que a aura dele nos diferenciou, todos nós somos gratos a ele."
Por onde anda?
Atualmente Gilberto Silva trabalha com a Sport World Coaching Brasil, que é um metodologia de treinamento mental e alta performance no esporte. A iniciativa visa aumentar a performance dos atletas, bem como trazer melhores resultados para o treinador, o clube, os dirigentes, os empresários e demais pessoas envolvidas no mundo do esporte.
A metodologia também pode ser aplicada em outras áreas de conhecimento, não apenas no esporte. Um treinamento que se estende a pessoas comuns que queiram alcançar suas metas. A SWC foi criada pela maior coach de Alta Performance da Europa, Susana Torres, em sociedade com Gilberto Silva, e chegou ao mercado para dar uma nova visão e consciência sobre a importância do treino mental e sobre o seu impacto na performance dos atletas.