Khachanov, que chegou às semifinais do Grand Slam australiano nesta terça-feira (24), escreveu a mensagem "Artsakh fique forte!" em uma câmera de TV após duas de suas partidas, explicando mais tarde que fez isso por respeito às suas raízes armênias.
O enclave etnicamente armênio de Nagorno-Karabakh, conhecido pelos separatistas como República Artsakh, se separou do Azerbaijão com o apoio armênio após um sangrento conflito étnico pós-soviético no início dos anos 1990.
Em 2020, o Azerbaijão deflagrou uma segunda guerra na região, reconquistando com sucesso parte do território controlado pelos separatistas apoiados pelos armênios.
As autoridades do tênis do Azerbaijão enviaram uma carta de protesto à ITF no fim de semana exigindo medidas duras "para punir" Khachanov e impedi-lo de fazer "provocações inaceitáveis" semelhantes em torneios de tênis.
A ITF disse que ainda está considerando uma resposta, se houver, à carta e Khachanov disse que não foi advertido contra escrever mensagens semelhantes na câmera de TV após partidas futuras.
"Eu digo muitas vezes. Tenho raízes armênias", disse ele a repórteres em Melbourne Park após sua vitória nas quartas de final na terça-feira.
"Do lado do meu pai, do lado do meu avô, até do lado da minha mãe. Sou meio armênio."
"Para ser honesto, não quero ir mais fundo do que isso e só queria mostrar força e apoio ao meu povo. É isso."
O Aberto da Austrália se posicionou sobre questões políticas durante este torneio, banindo bandeiras russas do recinto depois que uma delas foi pendurada ao lado de uma quadra onde um tenista ucraniano estava jogando.
Jogadores russos e bielorrussos foram banidos de Wimbledon no ano passado após a invasão da Ucrânia, mas podem competir como atletas individuais sem afiliação nacional no Aberto da Austrália.
A Bielorrússia está sendo usada como um palco chave para a guerra da Rússia na Ucrânia, que Moscou chama de "operação especial".