O técnico de 74 anos anunciou sua decisão pouco antes de Athletico-PR 3x0 Botafogo na Arena da Baixada, encerrando com vitória uma das carreiras mais vitoriosas do futebol mundial.
Ao longo de quatro décadas, o agora ex-treinador levantou 27 taças nacionais e internacionais com clubes e seleções – mais do que qualquer outro técnico brasileiro. O segundo do ranking é Vanderlei Luxemburgo, com 23 títulos.
Relembre o caminho glorioso percorrido por Felipão:
Do CSA ao penta
Após uma medíocre carreira como zagueiro, Scolari começou sua trajetória como técnico no CSA em 1982. Em 1984, ele saiu do país pela primeira vez: após levar o Brasil de Pelotas ao vice-campeonato gaúcho, foi contratado pelo Al-Shabab, da Arábia Saudita, onde foi vice-campeão nacional.
Seu primeiro título veio em 1987, com o Grêmio, no Gauchão. Foi o começo do estrelato.
Em 1990, ele voltou ao exterior, agora para ser campeão no Kuwait (primeiro com o Al Qadsia e depois com a seleção do país do Oriente Médio).
Em 1991, Felipão assumiu o Criciúma e conquistou sua primeira Copa do Brasil. Em 92, teve sua Libertadores de estreia, levando o time catarinense até as quartas de final.
Sua história gloriosa no Grêmio recomeçou em 1993. Foram seis títulos em três anos e meio no time gaúcho, além do vice mundial em 1995.
Depois de passar pelo Japão, o treinador chegou ao Palmeiras, onde também virou ídolo. Entre 1997 e 2000, ganhou quatro títulos, incluindo sua segunda Libertadores.
Antes de chegar à Seleção Brasileira, ainda foi campeão da Sul-Minas de 2001 no Cruzeiro.
Com o Brasil, conquistou o maior título da carreira: a Copa do Mundo de 2002. Ele ganhou a final contra a Alemanha depois de vencer todos os jogos do torneio.
De Cristiano Ronaldo ao 7x1
No auge da carreira, Felipão foi para a seleção de Portugal, onde ficou de 2003 a 2008 (seu trabalho contínuo mais longo) e chegou à final da Eurocopa de 2004 e à semifinal da Copa de 2006, além de ter promovido um tal de Cristiano Ronaldo, então com 18 anos, ao selecionado português.
Depois de também virar ídolo em Portugal, passou pelo Chelsea (sem ganhar nada) e pelo Bunyodkor, do Uzbequistão (ganhando tudo), antes de retornar ao Palmeiras em 2010.
Com o Verdão, venceu outra Copa do Brasil antes de deixar o time na zona de rebaixamento em 2012 — o que seria o começo do fim.
Em 2014, a pior derrota da carreira. Após conquistar a Copa das Confederações em cima da Espanha no ano anterior, Felipão protagonizou o famigerado 7 a 1 na semifinal do Mundial, contra a mesma Alemanha que ele tinha vencido em 2002.
Em 2015, em seu exílio chinês, papou sete canecos com o Guangzhou Evergrande.
Em 2018, ele voltou à sua casa verde e, na terceira passagem pelo Palmeiras, venceu seu primeiro Brasileirão de pontos corridos, tornando-se o técnico mais velho (então com 70 anos) a conquistar o campeonato nacional.
Quase metade de suas conquistas da carreira foram com Palmeiras e Grêmio (13 taças com ambos). O técnico gaúcho é o maior semifinalista da história da Libertadores (seis), o segundo que mais disputou finais (com quatro, atrás apenas de Carlos Bianchi) e o terceiro comandante com mais vitórias.
Scolari em números
Felipão na Libertadores:
1995 - Grêmio (campeão)
1996 - Grêmio (semifinal)
1999 - Palmeiras (campeão)
2000 - Palmeiras (vice)
2001 - Cruzeiro (quartas)
2018 - Palmeiras (semifinal)
2019 - Palmeiras (quartas)
2022 - Athletico-PR (vice)
Jogos: 81
Vitórias: 46
Empates: 17
Derrotas: 18
Felipão na Copa do Mundo:
2002 - Campeão (Brasil)
2006 - Portugal (4º)
2014 - Brasil (4º)
Jogos: 21
Vitórias: 14
Empates: 3
Derrotas: 4
Felipão na Copa do Brasil:
Participações: 15
Títulos: 1991 (Criciúma), 1994 (Grêmio), 1998 (Palmeiras) e 2012 (Palmeiras)
Finais: 5
Semifinais: 8
Jogos: 101
Vitórias: 59
Empates: 26
Derrotas: 16
Felipão no Brasileirão:
Participações: 20
Títulos: 1996 (Grêmio) e 2018 (Palmeiras)
Jogos: 434
Vitórias: 179
Empates: 131
Derrotas: 124
As principais conquistas do treinador:
1 Copa do Mundo (2002)
1 Copa das Confederações (2013)
2 Libertadores (1995 e 1999)
2 Campeonatos Brasileiros (1996 e 2018)
4 Copas do Brasil (1991, 1994, 1998 e 2012)
1 Mercosul (1998)
1 Torneio Rio-São Paulo (2000)
3 Campeonatos Gaúchos (1987, 1995 e 1996)
1 Copa Sul-Minas (2001)