A FIA revelou na segunda-feira (10) que a Red Bull, a equipe do agora bicampeão mundial Max Verstappen, havia gasto mais do que o permitido na temporada 2021 da Fórmula 1.
O estouro do limite foi considerado pela FIA um "pequeno gasto excessivo", menos de 5% do limite total de $145 milhões, mas nenhum detalhe financeiro foi divulgado.
O quanto a Red Bull gastou em excesso é a questão-chave.
Pode ser dezenas de milhares de dólares ou até US$ 7,25 milhões, o que seria um montante significativo em termos de desempenho na pista.
O chefe da Mercedes, Toto Wolff, cuja equipe deve ter seu recorde de oito títulos de construtores consecutivos quebrados pela Red Bull este ano, disse aos repórteres este mês que um gasto excessivo de 5% valia muitos décimos de segundo.
"Você está lutando (em) um campeonato totalmente diferente se você tem o limite expandido", disse ele.
O limite orçamentário foi introduzido no ano passado e as implicações podem ser enormes se violações não forem tratadas com transparência e firmeza.
Wolff já advertiu sobre o risco de outras equipes também gastarem milhões extras no futuro, porque a vantagem de se quebrar a regra supera qualquer penalidade, e ainda produz benefícios para temporadas futuras.
E o castigo?
Que punição -- se houver alguma -- a FIA vai impor é outra questão e o processo pode levar tempo se a Red Bull, que diz estar dentro do limite de custo, contestar as acusações.
As regras da FIA afirmam que "o Painel de Adjudicação do Teto de Gastos pode impor uma penalidade financeira e/ou qualquer penalidade esportiva menor" para um pequeno estouro do teto.
As punições incluem uma reprimenda pública, dedução de pontos de ambos os campeonatos mundiais -- considerada improvável --, uma redução do limite de gastos futuros e limitações nos testes aerodinâmicos, entre outros testes.
A FIA também está sob fogo cruzado em outras frentes, haja vista a confusão sobre a pontuação no último domingo (9), o encurtado grande prêmio japonês e a raiva generalizada dos pilotos por conta do trator que entrou na pista enquanto os carros estavam dando voltas com a pista molhada.
No fim de semana anterior, em Cingapura, levou horas até que o vencedor da corrida, Sergio Perez, fosse oficializado.
Também há havido atritos entre a FIA e a Liberty Media, a detentora de direitos comerciais da F1, sobre uma série de questões, incluindo o anúncio do calendário de 2023 e o número de corridas sprint a serem realizadas nas próximas temporadas.