FIFA pede a seleções que ”foquem no futebol” em meio a críticas ao Catar

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FIFA pede a seleções que ”foquem no futebol” em meio a críticas ao Catar

A escolha do Catar como sede da Copa foi polêmica, mas Infantino implora que críticas cessem
A escolha do Catar como sede da Copa foi polêmica, mas Infantino implora que críticas cessemProfimedia
A FIFA escreveu às seleções da Copa do Mundo pedindo que se concentrem no futebol e não deixem o esporte ser arrastado para "batalhas" ideológicas ou políticas, em meio à chuva de críticas ao país que vai receber o mundial.

A carta do presidente da FIFA, Gianni Infantino, e da secretária-geral Fatma Samoura, vem na esteira de uma série de protestos feitos pelas nações que vão à Copa sobre questões que vão desde os direitos LGBTIQ até a preocupação com o tratamento dos trabalhadores migrantes.

"Por favor, vamos agora focar no futebol", disse a FIFA na missiva, segundo a TV britânica Sky News.

"Sabemos que o futebol não vive no vácuo e estamos igualmente cientes de que existem muitos desafios e dificuldades de natureza política em todo o mundo.Mas, por favor, não permita que o futebol seja arrastado para toda batalha ideológica ou política que existe".

A Copa do Mundo, a primeira realizada no Oriente Médio, começa em 20 de novembro.

"Se Gianni Infantino quer que o mundo 'se concentre no futebol', há uma solução simples: a FIFA poderia finalmente começar a enfrentar as sérias questões de direitos humanos em vez de jogá-las para debaixo do tapete", respondeu Steve Cockburn, Chefe de Justiça Econômica e Social da Anistia Internacional.

A Anistia e outros grupos de direitos têm liderado apelos para que a FIFA compense os trabalhadores migrantes no Catar por violações dos direitos humanos.

"Centenas de milhares de trabalhadores enfrentaram abusos para tornar este torneio possível e seus direitos não podem ser esquecidos. Eles merecem justiça e compensação, não palavras vazias, e o tempo está se esgotando", declarou Cockburn.

A carta já chegou

A Federação da Austrália – que na semana passada criticou o histórico do Catar sobre direitos humanos – confirmou o recebimento da carta na sexta-feira (4).

Os organizadores da Copa do Mundo disseram que todos, não importando sua orientação sexual, são bem-vindos no Catar, ao mesmo tempo em que advertem contra demonstrações públicas de afeto.

O país do Oriente Médio reconheceu que existem "lacunas" em seu sistema trabalhista, mas a Copa do Mundo permitiu que o governo avançasse no tocante aos direitos dos trabalhadores.

"Na FIFA, tentamos respeitar todas as opiniões e crenças, sem dar lições de moral ao resto do mundo", disse Infantino na carta, de acordo com a Sky.

"Uma das grandes forças do mundo é de fato sua própria diversidade, e se a inclusão significa alguma coisa, significa ter respeito por essa diversidade. Nenhum povo, cultura ou nação é 'melhor' do que qualquer outro. Este princípio é a própria pedra fundamental do respeito mútuo e da não-discriminação. E este é também um dos valores centrais do futebol. Portanto, por favor, vamos todos nos lembrar disso e deixar o futebol tomar o centro das atenções", finalizou a FIFA.

Confira a cobertura da Copa do Mundo 2022