Fifa permite alguns gestos a favor de manifestações no Irã
Em uma resposta padrão fornecida após as denúncias submetidas na plataforma de reclamações da Fifa, a organizadora da Copa detalhou as mensagens que permite nos estádios.
"A FIFA autoriza mensagens de promoção dos direitos humanos e a posição da FIFA é que 'Mulheres, Vida, Liberdade' e o nome ou retrato de Mahsa Amini estão autorizados nos estádios", diz o texto.
"Por outro lado, de acordo com as regras da FIFA sobre objetos proibidos para espectadores, aqueles que incluam mensagens políticas, ofensivas ou discriminatórias estão proibidos. Isso também se aplica a bandeiras de países não oficiais, que podem ser consideradas uma mensagem política", acrescenta.
A tensão é extrema no Irã, palco de um movimento de protesto após a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, detida pela polícia da moral em Teerã por, segundo ela, não respeitar o rígido código de vestimenta imposta pelo regime.
Nesta terça-feira, as autoridades iranianas relataram a morte de mais de 300 pessoas durante os tumultos que se seguiram à morte da jovem. A mobilização no Irã repercutiu até no vizinho Catar, com vários incidentes nas arquibancadas da Copa do Mundo de futebol.
Na sexta-feira, os serviços de segurança do estádio Ahmad bin Ali confiscaram de um homem sua bandeira iraniana que continha as três palavras emblemáticas da revolta - "Mulheres, Vida, Liberdade" -, constatou um jornalista da AFP.
"A FIFA está ciente de vários incidentes ocorridos durante a primeira semana do torneio durante as partidas no Irã. A FIFA tomou medidas para investigar esses incidentes", respondeu a entidade.
"Para as próximas partidas do Irã nesta Copa do Mundo, medidas adicionais serão implementadas com o objetivo de criar um ambiente seguro para todos os torcedores presentes”, acrescentou.
O Irã perdeu por 1 a 0 para os Estados Unidos nesta terça-feira, em uma partida que tinha muito em jogo: a classificação às oitavas de final, mas também uma vertente geopolítica.