Moya Dodd, ex-jogadora da seleção australiana que chegou a liderar a força-tarefa da FIFA para o desenvolvimento do futebol feminino, questionou a mensagem que a entidade enviou às jogadoras com a escolha.
"Porque quando uma garota joga futebol, o mundo a vê de maneira diferente. Em vez de ser elogiada por sua bela aparência ou por seu lindo vestido, ela é valorizada por suas jogadas e por seus belos gols”, ponderou Dodd em sua página no LinkedIn.
"Ela é admirada pelo que pode fazer (no campo), e não pela sua aparência", acrescentou.
A Women Sport Australia, um dos mais importantes órgãos de defesa da igualdade de gênero no esporte, disse que a nomeação de Adriana foi “desnecessária” e que a FIFA deveria ter destacado as atletas que vão jogar o Mundial de 2023.
"É definitivamente uma abordagem diferente para o jogo masculino", disse a presidente da Women Sport Australia, Gen Dohrmann, ao jornal inglês The Guardian.
"Você veria Cristiano Ronaldo como o garoto-propaganda do Mundial masculino, então por que precisamos de uma modelo quando poderíamos escolher Meg Rapinoe, ou Sam Kerr, ou alguém que tenha recebido elogios internacionais no esporte que estamos realmente promovendo?”, perguntou Dohrmann.
Gianni Infantino, o presidente da FIFA, nomeou no começo da semana Adriana como embaixadora da Copa do Mundo de 2023 que será disputada no meio do ano na Austrália/Nova Zelândia.
Ele justificou a escolha dizendo que a ex-modelo da Victoria's Secret "vive e respira" o futebol e ela seria um "excelente elo" entre a entidade e os torcedores do mundo todo.