O Marrocos, primeiro time africano a chegar às semifinais em uma Copa do Mundo, contará com um apoio ensurdecedor no Al Bayt Stadium, e vai precisar de tudo para derrotar os atuais campeões e manter vivo seu sonho dentro do Mundial.
A partida contra a ex-potência colonial França terá uma vantagem a mais. As façanhas do Marrocos no Catar fizeram muitos das comunidades migrantes marginalizadas na França saírem às ruas comemorando as vitórias.
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Os norte-africanos aproveitaram a onda de apoio ao longo do torneio, com multidões motivando os jogadores a dar seu melhor. Depois de terminar na liderança de um grupo que incluía Croácia, Bélgica e Canadá, Marrocos eliminou espanhóis e portugueses para chegar às semifinais. Ainda não se sabe se eles têm o suficiente para aumentar o peso da "zebra" dentro do Mundial diante de um grande abismo de qualidade entre os dois lados. Espera-se que a França ataque e Marrocos resista.
A defesa do Marrocos tem sido praticamente impenetrável, sofrendo apenas uma vez - um gol contra o Canadá - em suas cinco partidas até agora.
“Agora estamos nos tornando o time que todos amam nesta Copa do Mundo, porque estamos mostrando que mesmo que você não tenha tanto talento e dinheiro, pode ter sucesso”, disse o técnico Walid Regragui.
“Fizemos nosso povo e nosso continente felizes e orgulhosos. Quando você assiste Rocky, quer apoiar Rocky Balboa e acho que somos o Rocky desta Copa do Mundo. Acho que agora o mundo está com o Marrocos.”
Jogo duro
No quesito preparo físico, é provável que eles fiquem novamente sem o zagueiro Nayef Aguerd (26) e o capitão Romain Saiss (32). A defesa do Marrocos enfrenta seu teste mais difícil, contra o artilheiro do torneio Kylian Mbappé (23) (cinco gols) e Olivier Giroud (36) (quatro), além de Antoine Griezmann (31), que mostrou excelente forma nas quartas de final na vitória sobre a Inglaterra.
Uma batalha intrigante também está se aproximando entre os companheiros de equipe do Paris St Germain, Mbappé, e o amigo Achraf Hakimi (24). A capacidade do Marrocos de usar seu lado direito para contra-ataques, através de uma combinação de Hakimi e Hakim Ziyech (29), não será a mesma se eles precisarem se ocupar de parar Mbappé.
“Sempre se resume a alguns detalhes neste nível”, disse o técnico da França, Didier Deschamps. Como reconheceu Deschamps, preparo físico, técnica e tática serão, como sempre, apenas parte da história.
Tendo aberto novos caminhos para a África e para si mesmos, o Marrocos sabe que terá uma recepção de herói garantida quando voltar para casa, independentemente do resultado na quarta-feira. A França, por outro lado, considerará um desastre se não conseguir a esperada vitória que os manterá no caminho para se tornar o primeiro país a defender com sucesso a Copa do Mundo desde o Brasil, 60 anos atrás.