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Futebol 360 com Betão: A violência no futebol nunca vai compensar

Tumulto no jogo Santos x Corinthians no último dia 21
Tumulto no jogo Santos x Corinthians no último dia 21Flashscore/Profimedia
Sempre vi o futebol como um esporte com capacidade de trabalhar diversas valências no ser humano: física, motora, mental, cognitiva e, principalmente, educacional. 

Mas, infelizmente parece que isso se perdeu com o passar dos anos e o principal atrativo do futebol se tornou o dinheiro, o “negócio” em si. Sabemos que o futebol é um dos “negócios” mais rentáveis do mundo, não tenho dúvidas sobre isso.

Entretanto, não podemos perder a essência do “futebol moleque”, que tirou tantas crianças das ruas, das drogas, proporcionando a esperança de um futuro melhor.

Porém, ultimamente tem acontecido tantas coisas no futebol, envolvendo pessoas ligadas diretamente a esse esporte, que a mensagem que fica é que a educação virou um mero detalhe. 

Jogadores envolvidos em escândalos de violência doméstica, com quadrilhas de apostas, além das batalhas envolvendo torcidas uniformizadas e muito mais. 

O mais triste de tudo isso é saber que não é de hoje e pouco se faz para combater tais acontecimentos. 

Amarga memória

A violência assola o futebol há seguidos anos. Escrevendo esse texto, me lembro de um fato que aconteceu em 20 de agosto de 1995. Muitos que estão lendo esta coluna não tinham nem nascido.

Eu tinha apenas 12 anos de idade quando aconteceu o jogo entre Palmeiras x São Paulo na decisão da Supercopa de Futebol Júnior, torneio que reunia o campeão e vice da Copinha. 

Na comemoração do título do Palmeiras, houve uma invasão de campo pelos torcedores das duas equipes. Com um detalhe: o estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu) estava em reforma e tinha paus, pedras e entulhos por todos os lados. 

Tudo isso foi usado como arma no que se tornou uma das maiores “batalhas campais” de todos os tempos do futebol brasileiro. O saldo foi de 102 feridos e um morto. 

Prova viva

Outro fato que me lembro foi quando eu estava em campo. No dia 4 de maio de 2006, no mesmo estádio do Pacaembu. Em um jogo válido pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América, contra o River Plate, perdíamos a partida por 3 a 1, resultado que decretava a nossa eliminação da competição. 

O estádio estava com cerca de 40 mil torcedores, mas imagino que havia mais pessoas do que sua lotação máxima. Aos 40 minutos do segundo tempo, alguns torcedores começaram a invadir o campo para nos cobrar pelo resultado adverso. 

Mas o “terror” começou mesmo quando torcedores se direcionaram ao portão principal que dava acesso ao gramado, tentando a invasão com o intuito de intimidar e agredir os jogadores em campo. 

Nesse portão, estavam policiais que, ao final, foram chamados de “heróis”. Mesmo sendo agredidos, suportaram toda aquela pressão e violência dos torcedores. 

Eu poderia escrever um livro de episódios de violência que presenciei e que já vimos no futebol brasileiro. São inúmeras invasões em centro de treinamentos, concentrações e estádios.

Caso recente é tão abominável quanto os outros

No último dia 21, durante a 11ª rodada do Brasileirão, tivemos um dos mais recentes episódios de violência. Os acontecimentos foram antes, durante e após o jogo entre Santos e Corinthians. 

Às vésperas do jogo, em forma de protesto, um grupo de cerca de 40 torcedores do Corinthians impediu que os atletas desembarcassem do ônibus para entrar no hotel. 

A delegação foi obrigada a voltar para São Paulo e retornar somente no dia do jogo. 

Durante a partida, torcedores do Santos atiraram sinalizadores no gramado e o jogo foi finalizado aos 44 minutos do segundo tempo. 

Para piorar a situação, alguns torcedores tentaram invadir o gramado e, na saída dos atletas do Santos, mais sinalizadores e outros objetos foram lançados contra eles.

Acreditem ou não, a mensagem que fica e que muitos acreditam é que, se os torcedores do Corinthians não tivessem feito a pressão antes do jogo, o time não teria saído vitorioso. 

Infelizmente, esse é o ensinamento e a “educação” que o futebol está transmitindo nos dias de hoje.

A violência nunca será o melhor caminho e nunca vai compensar!