CEO diz que Corinthians "não é caloteiro" e precisa da "boa vontade" de credores
Fred Luz, em entrevista ao jornalista André Hernan, do Uol, afimou que Cristiano exagerou nas declarações. De acordo com o executivo corintiano, é preciso compreensão quanto ao momento do clube, citando que existe neste momento um desequilíbrio entre as parcelas em atraso com o Cuiabá pela transferência de Raniele e a "capacidade de pagamento do Corinthians".
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"Não é que o clube seja caloteiro, aí vou pedir licença para o Cristiano e dizer que ele exagerou e muito. No momento adequado essas respostas serão dadas. O que tem é um descasamento entre a capacidade de pagamento do Corinthians e o vencimento dessas dívidas do clube no curto prazo", afirmou Fred Luz.
"Nós vamos precisar da compreensão, inclusive do Cristiano, sei que foi tentado isso mas não se chegou a um bom termo, mas acredito que se chegará. Porque é inviável o Corinthians pagar da forma que essa dívida está comprometida. O Corinthians precisa, sim, da boa vontade dos credores, mas está muito longe de ser golpe, é uma renegociação", acrescentou o CEO do Timão.
Para Fred Luz, a criação de tumultos em torno da cobrança de dívidas prejudica no pagamento. Ele salientou que o Corinthians está buscando maneiras de renegociar o débito que possui com o Dourado.
"É possível pagar, manter uma relação e garantir o direito do credor no médio a longo prazo. O problema da dívida do Corinthians é o reescalonamento, e a diretoria do clube está num processo de conversas e renegociação. Tem, sim, uma dificuldade de honrar até mesmo com esses tumultos que eventualmente esses credores trazem para o Corinthians, achando que estão defendendo o interesse particular deles que fazem o Corinthians ser inadimplente com os demais", justificou Luz.
As falas do CEO corintiano vêm em resposta às críticas de Cristiano Dresch ao Corinthians, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
"A situação do Corinthians é ridícula. O Corinthians está dando um golpe no futebol brasileiro. Porque não está pagando ninguém e está contratando jogadores, pagando R$ 4 milhões por mês por um jogador estrangeiro e não consegue pagar o Cuiabá, que é muito menos do que eles vão pagar para o Memphis Depay", lamentou o presidente do Dourado.
Entenda o caso
O Dourado alega não ter recebido uma das parcelas envolvendo a transferência do volante Raniele. A negociação foi dividida em quatro prestações, sendo que um destes débitos, no valor de 400 mil euros (cerca de R$ 2,4 milhões na cotação atual), deveria ser pago no início do mês de agosto.
A prestação, portanto, está em atraso e o Cuiabá decidiu tomar as medidas judiciais cabíveis para receber o valor integral do acordo, estimado em R$ 11 milhões. Apenas a entrada do negócio, no valor de 800 mil euros, foi paga em janeiro, uma vez que o Dourado poderia barrar o registro do atleta para a disputa do Campeonato Paulista.