Apesar das especulações sobre a possibilidade da contratação de um novo técnico, Bittencourt foi claro ao dizer que a prioridade do Fluminense é dar tranquilidade ao elenco e retomar a estabilidade dentro do clube.
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"O treinador (Marcão) que assumiu o time ontem (segunda-feira) e vai dirigir o time na quinta-feira (27), é um treinador da casa, nosso treinador permanente e que nos entregou em três anos consecutivos, na saída de um rebaixamento em situações complicadas, além de duas classificações para a Libertadores. Ele é um treinador muito competente e é por isso que está aqui conosco", disse Bittencourt, que refutou a busca do Fluminense por qualquer profissional no mercado.
"Até o dia de hoje, nós não pensamos em nenhum treinador, não conversamos com o staff de nenhum. Todas as notícias que saíram são inverídicas porque a gente não trabalha assim. A gente nunca conversou em nenhum momento enquanto tínhamos outro treinador no cargo e muito menos no dia seguinte. E não critico quem faz. Futebol é veloz, mas a gente tem a nossa filosofia de deixar as portas abertas para as pessoas trabalharem em paz", salientou o presidente do Fluminense.
Homem de confiança
O dirigente tricolor ainda recordou os resultados que Marcão já entregou à frente do Fluminense e lembrou da histórica remontada capitaneada por Cuca em 2009, quando salvou o time do rebaixamento, mas precisou de um tempo de maturação do trabalho para entregar os resultados.
"A tendência é que o Marcão siga até o fim da temporada. Você (jornalista) citou o Cuca em 2009, talvez os mais novos não se lembrem, mas eu já era advogado do clube. Eu entrei junto com o Cuca e, na quarta rodada do returno, o clube tinha 16 pontos. Fui convocado para assumir a gerência de futebol exatamente no dia 4 de setembro de 2009. Eu tinha 31 anos e o clube tinha 99% de chances de cair. Felizmente deu certo, muito pelo trabalho do Cuca", recordou o dirigente.
"Quando ele chega (Cuca), nos cinco primeiros jogos, mesmo a gente com 16 pontos, são três derrotas, um empate e uma vitória. As pessoas só lembram da arrancada final, que foram 11 jogos com 7 vitórias e quatro empates. Para ter aquela arrancada, precisou de um processo, dele conhecer o elenco, trabalhar e etc. Vai ter um processo para qualquer treinador. Nossa ideia é dar tranquilidade ao Marcão para ele trabalhar.
"Dar toda a confiança a ele, porque não tem como ele não ter nossa confiança pelos resultados que ele já entregou e a tendência é que ele siga. 'Presidente, as coisas podem mudar?' Podem, como há um mês e três dias, eu anunciei a renovação de um treinador e hoje estou falando da saída dele, mas não é a nossa intenção. A nossa intenção é dar estabilidade e tranquilidade para o time voltar a vencer, vamos reencontrar o caminho", reforçou Mário Bittencourt.
A renovação e demissão de Diniz um mês depois
Um dos grandes questionamentos em termos de gestão foi a demissão de Diniz pouco mais de um mês depois do Fluminense ter anunciado a renovação do treinador até o fim de 2025. De acordo com Bittencourt, a extensão de vínculo baseou-se na tentativa do Tricolor de dar longevidade a um trabalho que vinha se mostrando positivo.
"Quando a gente comanda uma instituição, tomamos decisões baseadas em conceitos que temos. Quando alonguei o contrato do Fernando, a extensão foi baseada na tentativa de dar longevidade ao trabalho dos treinadores do Fluminense. Prova disso que o Fernando é o treinador mais longevo do Fluminense no século 21", declarou Bittencourt, em entrevista aos jornalistas.
Segundo o presidente do Fluminense, a medida foi uma forma de proteção à instituição. Bittencourt estava certo também de que o time poderia voltar a performar sob o comando de Diniz, algo que não vingou da maneira planejada por ambas as partes.
"Quando acabou a Libertadores, eu recebia centenas de milhares de mensagens pedindo para que o contrato dele fosse renovado por mais 10 anos. E para alguns amigos, eu respondia dizendo que a legislação não permite. Permite no máximo dois anos. Nessa renovação, eu fiz a extensão somente até o final do meu mandato, sendo que eu poderia estender até meados de 2026.
"A gente poderia ter perdido ele na Libertadores, se ele não tivesse um contrato a prazo com uma multa. É um resguardo para os dois lados. Anunciamos a renovação há 33 dias, mas vínhamos negociando desde o fim da Recopa", justificou o mandatário.
"O Fernando é um cara de transpiração. Eu sentava e falava que a gente precisava conversar. Ele falava, deixa para semana que vem, para o final da Recopa. A gente fez a renovação acreditando que poderia voltar a ter a performance", concluiu Bittencourt.