Nova camisa do Vasco celebra 100 anos de marco do futebol; conheça a "Resposta Histórica"
A Resposta foi uma carta do então presidente do clube à nova liga que estava sendo criada no Rio de Janeiro, se negando a excluir jogadores pobres e negros do elenco.
A posição do presidente José Augusto Prestes tirava o atual campeão carioca da liga fundada pelos demais clubes grandes do Rio de Janeiro.
"De um modo geral, os sócios/atletas vascaínos eram enxergados pela elite dirigente da época como inaptos para a prática do esporte, por conta de sua origem e suas condições sociais", conta o site do Vasco.
No início do século XX, a maior parte dos atletas de remo do clube eram oriundos das camadas mais pobres da população, e a prática se manteve quando o time de futebol cruzmaltino foi fundado em 1915.
Depois que os lendários Camisas Negras se tornaram os primeiros "jogadores pobres e de côr" a conquistar um campeonato no Brasil — o Cariocão 1923 —, os rivais se rebelaram.
"A conquista do Campeonato de 1923 foi um marco esportivo para o futebol brasileiro e um divisor de águas na evolução do esporte em nosso país. Essa façanha vascaína revoltou àqueles que monopolizavam os títulos e que comandavam o futebol na Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), principal associação de agremiações que praticavam esse esporte na então maior metrópole do Brasil", lembrou o Cruzmaltino.
Flamengo, Fluminense, Botafogo, Bangu e America fundaram então a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA). Os clubes convidaram o Vasco, mas exigiram que o Gigante da Colina excluísse 12 jogadores, pois "tais atletas estariam em desacordo com os padrões morais necessários para a prática do futebol".
Em resposta às exigências da AMEA, José Augusto Prestes emitiu o comunicado histórico, não aceitando a exclusão dos jogadores.
"São esses doze jogadores, jovens, quase todos brasileiros, no começo de sua carreira, e o acto público que os pode macular, nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que elles com tanta galhardia cobriram de glórias", escreveu o presidente vascaíno.
O Cariocão de 1924 foi, então, dividido: o Vasco venceu o da LMDT e o Fluminense conquistou o da AMEA.
Eventualmente, o Gigante da Colina ganhou o braço de ferro e foi aceito – com todos os seus jogadores "indesejáveis" – em 1925.