Flamengo: Mateusão "se joga" entre base e profissional em busca de grandes recompensas
Com a chegada do técnico argentino Jorge Sampaoli, Mateusão espera seguir tendo espaço ao lado de referências do Flamengo como Pedro, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gabigol.
Na atual temporada, ele já foi relacionado para 18 jogos, ainda buscando o primeiro gol no profissional. Em um deles, uma situação especial aconteceu para mostrar que sua dedicação é a mesma para vestir a camisa rubro-negra, seja ao lado de feras do futebol brasileiro ou com os outros "crias" da base.
Depois de viajar com a delegação para o Equador, para a estreia da Copa Libertadores, contra o Aucas, no último dia 6, Mateusão teve que se desdobrar para chegar a tempo para o jogo do sub-20, no dia seguinte, contra o Atlético-MG, fora de casa.
Perna pesada não evitou bola na rede
O cansaço de uma longa viagem bateu, mas não impediu que ele fosse escalado e deixasse sua marca como prêmio por todo o esforço, que acabou sendo bem recompensado.
"Alguns imprevistos na viagem fizeram com que eu chegasse em BH somente na manhã do dia do jogo. A ideia era chegar na noite anterior, mas a conexão atrasou, cheguei em São Paulo tarde da noite, precisei dormir em um hotel só pra passar a noite e já embarcar bem cedo no dia seguinte. Eu ficava me perguntando o tempo todo se iria conseguir jogar, estava bem cansado, foi um processo desgastante.
"Minha perna estava pesada, o sono batia. Mas eu coloquei na minha cabeça que, independentemente de qualquer coisa, eu precisava dar meu máximo, nem que fosse por 10 minutos", lembra o jogador, que abriu o placar na vitória por 3 a 1. O Flamengo lidera o Brasileiro sub-20 com sete jogos e cinco vitórias. Mateusão é mineiro de Três Marias e passou por duas escoinhas de sua cidade antes de vestir a camisa do América-MG. Sua presença no time de Gávea aconteceu em 2019, já figurando também nas seleções de base do Brasil.
Uma situação parecida já tinha acontecido com Mateusão, quando saiu de um jogo do sub-20 para ir direto para o aeroporto antes de se apresentar ao time sub-17. O cansaço e o desgaste aparecem, mas fica evidente que este é o preço que se paga por ser uma peça importante nos times de base, que o tem como um jogador fundamental que pode fazer a diferença a qualquer momento. Nos seus maiores sonhos, este mesmo nível será alcançado entre os profissionais. Mas tudo tem o seu momento e Mateusão mostra paciência para esperar pela hora certa.
Cabeça boa e bola pra frente
Tendo espaço e moral bem diferente no elenco sub-20 e profissional, ele sabe que uma história se mistura com a outra, com muito do que faz na base contando para seu aperfeiçoamento no profissional. No time de cima, ele tenta aproveitar as oportunidades nos treinos e jogos para mostrar serviço e seguir sendo relacionado, um prêmio para quem ainda apenas começa a carreira no mundo do futebol.
"A parte mental precisa estar boa. No sub-20, eu jogo e faço gols com alguma frequência. No profissional, isso não acontece. Eu ficava ansioso e isso me atrapalhava dentro de campo. Um dos grandes aprendizados tem sido a necessária persistência.
"Por mais que as coisas não tenham acontecido da forma que eu esperava nos primeiros jogos no profissional, devo seguir trabalhando forte, persistindo naquilo que me faz evoluir. Sei que vai chegar a hora de colher os frutos", projeta o jogador.
Momento marcante
Para ser relacionado pela primeira vez entre os profissionais, Mateusão teve a ajuda de um "padrinho". O técnico Mauricinho, que comandava o time profissional, era o mesmo que fez estar no time sub-20 do Flamengo com apenas 16 anos.
Conhecer de perto o talento e a dedicação de Mateusão não deixou dúvidas para que o treinador o colocasse na lista para duelo contra o Nova Iguaçu, no dia 3 de março de 2021.
"Eu era muito novo e tudo foi muito rápido pra mim. Foi um turbilhão de emoções, era um sonho realizado estrear pelo Flamengo no Maracanã. O Mauricinho só disse pra eu jogar leve, sem pressão", conta.
Mateusão não somente foi relacionado como entrou em campo por 14 minutos, precisando de alguns instantes para sua "ficha cair" e se dar conta de tudo que estava acontecendo. Hoje, a situação de jogar em um Maraca lotado já lhe parecia um pouco mais familiar. 7
"Eu estava muito feliz, não sabia como era estar dentro do Maracanã, era tudo novo pra mim. Eu só agradecia a Deus por tudo que estava acontecendo. Lembrei das várias dificuldades pra que esse momento chegasse, mas sabia que era preciso continuar trabalhando para seguir buscando meu espaço", revela