Parece quase uma maldição para o clube que já foi o “dinossauro da Bundesliga” e que trabalha desesperadamente para voltar. Este ano, a equipe comandada por Steffen Baumgart tem tudo para, finalmente, retornar à primeira divisão. Neste artigo, a Flashscore analisa o que pode fazer a balança pender a favor do time na temporada.
Os dias de Van der Vaart, Van Nistelrooy, Mahdavikia e companhia já viraram passado há algum tempo. Os grandes heróis, que aterrorizaram a Europa com os Red Shorts, não existem mais e novas figuras se alimentam de esperança com uma tendência de crescimento.
Uma delas é o novo técnico Steffen Baumgart. O simpático treinador, com seu característico boné, assumiu o cargo na última temporada e, como torcedor do Hamburgo desde a infância, virou uma tarefa ainda mais valiosa para ele.
Muito perto do Sol
É quase uma metáfora dupla quando o Hamburgo joga na primavera: está ficando mais quente e o clima está melhorando, mas o Sol parece estar prejudicando o time que, como Ícaro, chega perto demais e, ao mesmo tempo, despenca na liga.
Desde a estreia na segunda divisão, em 2018/19, o clube terminou em quarto lugar três vezes seguidas. Nos dois anos seguintes, pararam nos play-offs.
Na última temporada, apesar da chegada de Baumgart, o time não apresentou um futebol vistoso, voltando a encontrar velhos hábitos. O quarto lugar foi um castigo para o clube e para os inúmeros torcedores que esperavam ansiosamente pelos duelos contra Bremen, Dortmund e companhia.
Agora, no sétimo ano, as coisas devem mudar. O clube não quer repetir os erros, mas almejar o topo e voltar à Bundesliga. E isso não parece nada irreal.
Caras novas e juventude
Steffen Baumgart fracassou na primeira tentativa e, mais uma vez, o Hamburgo perdeu o fôlego na reta final. Os jogos contra adversários supostamente fáceis foram perdidos e, no final, eles ficaram de mãos vazias. Agora, o foco não está no luto, mas na reconstrução.
Jogadores importantes como Robert Glatzel, Ludovit Reis e Jonas Meffert permaneceram fiéis apesar das ofertas lucrativas. E, ao contrário das temporadas anteriores, o clube fez algumas aquisições sérias no mercado de transferências.
Marco Richter, Davie Selke, Adam Karabec, Daniel Elfadli e Silvan Hefti são nomes que poderiam facilmente jogar na Bundesliga, mas decidiram não fazê-lo para trazer um gigante caído de volta ao seu lugar.
O trabalho com os jovens também está começando a dar frutos. Bilal Yalcinkaya e Fabio Balde fazem parte da equipe e o último, em particular, recebeu recentemente um novo contrato por um bom motivo e tudo parece caminhar na direção correta.
O caso Vušković
No último ano, o Hamburgo precisou lidar com o caso de doping do zagueiro Mario Vušković, de apenas 21 anos, que foi suspenso por quatro anos. O croata foi contratado junto ao Hajduk Split, em 2022, e deveria ter dado sua dose de contribuição na campanha do retorno à primeira divisão. Mas o caso de doping caiu como uma ducha gelada.
Depois que o veredito foi dado, o Hamburgo decidiu manter o jogador, suspenso até 2026. Até lá, ele deixará uma lacuna que até mesmo o recém-chegado Lucas Perrin ou Dennis Hadzikadunic dificilmente conseguirão preencher.
Mas houve um lado positivo nesse incidente, com o clube se mantendo ao lado do jogador. O vínculo com o elenco é uma das armas do Hamburgo, que sofreu com contratações, nos últimos anos, que encheram a torcida de esperança, se dando conta de que o sucesso não pode ser comprado.
Pausa internacional no momento certo
O fato do Hamburgo ter agora um pouco de tempo para refletir não foi um problema. Com 7 pontos nos primeiros quatro jogos, o time está em sétimo lugar na tabela e, portanto, abaixo das próprias expectativas. Mas é hora de analisar os erros.
Enquanto o antigo treinador Tim Walter preferia um futebol agressivo, Baumgart tem um estilo de maior controle do jogo. Os contra-ataques têm tudo para ser uma grande arma.
Nomes como de Glatzel, Selke, Königsdörffer, Dompe e o novo Sahiti, podem se encaixar dentro desta estratégia. Immanuel Pherai, Adam Karabec e Ludovit Reis também têm um enorme potencial para unir jogadores e criar espaços com ideias criativas. Agora cabe a Steffen Baumgart organizar todo esse arsenal.
Paciência em busca do grande objetivo
Há muitos aspectos positivos que podem ser extraídos de uma análise mais detalhada do cenário atual do clube e, ainda assim, é de se perguntar por que as coisas não têm dado certo. A resposta é paciência, com o hexacampeão alemão não demonstrando isso há anos.
Vários técnicos foram demitidos no momento em que estavam prestes a finalmente implantar um sistema na equipe e tornar o grupo um time coeso. Walter foi um bom exemplo disso, com muitos acreditando que o acesso teria sido possível com ele no ano passado.
No entanto, Steffen Baumgart parece ter a paciência necessária. Após o fracasso do ano passado, o clube se mostrou convicto de que o ex-técnico do Colônia tem tudo para entregar um bom resultado.
O time enfrenta o Jahn Regensburg no domingo (15), diante de sua torcida, em um clima nórdico perfeito. Portanto, não tem momento melhor para começar a acertar e encantar a ansiosa torcida com um futebol ofensivo.
Tudo está realmente no lugar. E, desde que o dinossauro não se aventure muito perto do sol novamente nesta primavera, o relógio da Bundesliga poderá voltar a funcionar em breve. Metas como a Europa, ou até mais, podem voltar à mente dos torcedores e o nível da cidade finalmente voltará a subir na direção do sucesso esportivo.
