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João Cancelo, do Bayern, relembra infância difícil e morte da mãe: "Sou um lutador"

João Cancelo está no Bayern Munique desde janeiro
João Cancelo está no Bayern Munique desde janeiroAFP
João Cancelo, lateral-direito português de 28 anos, trocou em janeiro o Manchester City pelo Bayern Munique e nesta quinta-feira (6), às plataformas do clube da Baviera, ele deu a sua primeira grande entrevista em solo alemão. Ao portal do Bayern, Cancelo comentou sobre a sua carreira e o início complicado, com as dificuldades devido à morte da sua mãe.

No Bayern Munique desde janeiro, emprestado pelo Manchester City, João Cancelo elogiou o novo clube. Já são onze jogos oficiais pela equipe bávara, um gol e quatro assistências.

"Quando surgiu a oportunidade de ingressar neste grande clube, disse que sim na hora. Já tinha atuado na Espanha, Itália e Inglaterra e queria experimentar o futebol da Alemanha também. No Bayern, tudo e todos estão focados no sucesso absoluto. Há muito trabalho aqui em todos os treinos, gosto muito dessa mentalidade. Estou feliz por estar aqui e jogar neste grande clube", afirmou João Cancelo, que recentemente integrou o time de melhores do ano da FIFA.

"Fui indicado pela segunda vez e este ano fui bem sucedido. É um sonho porque queremos sempre dar o melhor como atleta de elite. Busco sempre ser o melhor na minha posição e, acima de tudo, ter sucesso com a equipe. Gostaria de agradecer a todos que votaram em mim", assumiu o português que, apesar de atuar no setor de defesa, tem como referência Ronaldinho Gaúcho.

"O meu maior herói dentro de campo é o Ronaldinho Gaúcho. Graças à sua alegria de jogar, ao seu carisma. Para mim, ele é o mais talentoso de todos os jogadores de futebol. Nunca vi jogar Maradona ou Pelé, nem Marco van Basten e Johan Cruyff. A alegria descontraída e enorme de Ronaldinho, sendo inteligente e corajoso, a magia em campo e a diversão que proporcionava aos espectadores era única. Então, Ronaldinho Gaúcho é o meu herói", assumiu João Cancelo, que na entrevista foi desafiado a descrever a sua personalidade.

"É difícil de explicar mas vou tentar. Sou muito impulsivo e sentimental e provavelmente muito fácil de perceber porque sempre digo o que sinto. Pessoas transparentes como eu nem sempre têm facilidade", confessou o também jogador da seleção portuguesa, antes de falar da sua infância.

"Sou um lutador. A vida em Portugal é muito mais difícil do que na Alemanha. A minha mãe trabalhou em três sítios diferentes como empregada doméstica. Durante os primeiros 16 anos da minha vida, vivi com a minha família na casa dos meus avós porque não conseguíamos pagar o nosso próprio apartamento. O meu pai era construtor e trabalhava durante seis meses na Suíça e depois passava um mês conosco. Ele teve de viver no estrangeiro para alimentar a própria família. Felizmente, agora, é um pensionista. Eu era bom na escola e sempre tive o futebol", lembrou João Cancelo, que falou sobre a perda prematura da sua mãe, quando tinha 18 anos.

"Foi muito difícil. O meu pai disse-me que tinha de aceitar mais responsabilidades pela família. Ele não tinha emprego, e o meu irmão estava na escola. Não foi um período fácil. É preciso determinação. Penso que isso contribuiu para eu ser uma pessoa mais reservada, agora, apesar de a minha natureza ser, basicamente, feliz", contou.

"Tenho uma tatuagem da minha mãe na parte superior do braço e o nome dela, Filomena, na parte inferior. A bênção dela me deu força e segurança. Quando estou em casa, em Portugal, a primeira coisa que faço é visitar o túmulo da minha mãe. Sinto-me bem, ali. Posso dizer-lhe tudo aquilo que sinto. Parece-me que ela ainda está conosco, apesar de não responder", finalizou o lateral português, agora no Bayern Munique.