Bielsa: "No país do Fifagate, agora temos que culpar os jogadores"
"Os Estados Unidos, quando sentiram que seus interesses estavam sendo atacados, criaram o 'Fifagate', com o FBI, fizeram o que fizeram, mas era pelos seus interesses.
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"Aqui (na Copa América) não aconteceu nada: os campos, foi uma festa extraordinária, estádios cheios, uma competitividade, arbitragem, não há nada do que se queixar", ironizou Bielsa ao questionar a organização da competição em entrevista coletiva nesta sexta-feira (12), véspera do jogo do Uruguai contra o Canadá pela disputa do terceiro lugar do torneio continental.
"Em um país que foi capaz do Fifagate, agora descobrimos que temos que culpar os jogadores", criticou o treinador.
O Fifagate revelou um escândalo de corrupção em 2015 que envolveu importantes dirigentes do futebol mundial, entre eles nomes da CONMEBOL e da CONCACAF, que foram processados nos Estados Unidos.
A CONMEBOL anunciou nesta sexta-feira que abriu um processo disciplinar para estabelecer "responsabilidades", qualificando o incidente como "inaceitável".
A entidade, organizadora da Copa América, não deu maiores detalhes mas, segundo a imprensa, 11 jogadores uruguaios estão sendo investigados, entre eles Darwin Núñez, Federico Valverde e José María Giménez.
"Os jogadores reagiram como qualquer ser humano", disse Bielsa. "Se você vê que existe um processo para que isso não aconteça, se você vê que existe um processo para que se atenue, ou seja, uma válvula de escape, e as duas coisas não acontecem e estão agredindo sua mulher, sua mãe, um bebê, sua irmã, o que fazem? Vão punir os que foram defender?", questionou.
Os jogadores uruguaios denunciaram que seus familiares foram agredidos por torcedores colombianos após a semifinal no Bank Of America Stadium, em Charlotte (Carolina do Norte).