Brasil apela para o escudo para sobreviver contra Uruguai nas quartas da Copa América
Doríval Júnior, técnico da Seleção pentacampeã mundial desde janeiro, ainda não encontrou a chave para o time distante do estilo, dos resultados e da alegria do futebol de outrora.
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Com o empate de terça-feira em 1 a 1 com a Colômbia, o Brasil encerrou sua inconsistente primeira fase em segundo lugar no Grupo D, com cinco pontos em nove possíveis.
Falando na sala de imprensa em Santa Clara, Califórnia, Dorival insistiu que sua equipe está no meio de um processo de reconstrução e precisa de tempo para alcançar o tipo de solidez que a série invicta de 26 jogos da Colômbia trouxe.
"Neste torneio, tivemos as flutuações normais na formação de qualquer grupo", disse ele. "O tempo que tivemos até agora não é suficiente.
Dorival, com suas duas décadas de experiência e sucessos recentes no Flamengo e no São Paulo, foi a aposta segura que a diretoria brasileira buscou depois que o sonho de trazer Carlo Ancelotti se desvaneceu.
Mas a paciência exigida pelo treinador se choca diretamente com as urgências de uma equipe que está em sexto lugar nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 e que mal aumentou a lista de títulos em sua história recente.
O último título da Copa América veio em 2019, diante de seus torcedores, que hoje em dia mal reconhecem sua seleção nacional além das cinco estrelas em seu escudo.
Vinicius Jr. nas arquibancadas
O Brasil estava buscando uma vitória contra a Colômbia para evitar o Uruguai, que dominou o Grupo C com três vitórias consecutivas.
Apesar de ter saído na frente com o gol de Raphinha, a Seleção errou o alvo e também perdeu Vinicius Jr., que levou um cartão amarelo que o deixa de fora das quartas de final.
O atacante do Real Madrid se juntará a Neymar no sábado nas arquibancadas de Las Vegas, Nevada, em outra oportunidade perdida de provar que é o líder que o Brasil precisa.
O ponta continua em baixa com a Seleção e, contra a Colômbia, assinou sua pior partida em um torneio em que só foi decisivo na goleada de 4 a 1 contra o Paraguai, em que marcou dois gols, e foi substituído no empate de 0 a 0 contra a Costa Rica.
Sua ausência, de qualquer forma, obriga Dorival a buscar soluções para um ataque carente de goleadores, no qual Rodrygo parece estar sobrecarregado pela camisa 10 emprestada por Neymar.
"Temos de aprender que em determinados jogos não teremos jogadores importantes e outros terão de aparecer", exigiu Dorival.
Com Rodrygo e Raphinha aparentemente fixos, as outras duas opções que ele vem considerando no ataque são os jovens Savinho, que foi titular e marcou gol contra o Paraguai, e Endrick, que ele reluta em dar sua primeira chance como titular.
O astro do Real Madrid, de 17 anos, só teve minutos de jogo na reta final das três partidas, apesar de ter chegado ao torneio em alta.
O mais vencedor
Até agora, o Brasil tem se sentido à vontade para abrir mão do rótulo de favorito, mas na última terça-feira, ao enfrentar o momento decisivo, enviou um aviso àqueles que o consideram morto.
"O Uruguai está passando por um bom momento. Eu diria que Argentina, Uruguai, Colômbia e Venezuela são os que mais estão se destacando, mas o Brasil é o Brasil", enfatizou Dorival. "Mesmo em uma tarde em que as coisas não saíram a nosso favor, eles não nos venceram. Temos qualidade para sair desse momento.
"Vamos para o jogo com confiança na nossa equipe, na nossa qualidade, mesmo sem o Vini", destacou o goleiro Alisson. "Tenho certeza de que quem entrar no lugar dele estará à altura da tarefa.
"Somos a equipe mais vencedora do mundo", resumiu o lateral Wendell. "O Uruguai é um adversário muito forte, mas também verá a força do futebol brasileiro.