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Exclusivo: Maturana lembra título histórico da Colômbia na Copa América de 2001

Maturana assumiu Colômbia a três meses da Copa América
Maturana assumiu Colômbia a três meses da Copa AméricaAFP
Francisco Maturana tem seu nome cravado na história do futebol colombiano. Foi sob seu comando que o país venceu a Copa América de 2001, sendo esta a maior conquista da seleção local, que jogou dentro de casa e contou com sua torcida para confirmar um feito que será lembrado por décadas. Uma nova taça do maior torneio do continente voltará a ser perseguida na edição de 2024, que vai acontecer nos Estados Unidos entre esta quinta (20) e o dia 14 de julho.

Em conversa exclusiva com o Flashscore, Francisco Maturana, hoje com 75 anos, lembra do seu trabalho de sucesso frente à seleção da Colômbia.

Ele havia assumido aquele time apenas três meses antes da Copa América, substituindo Luis Augusto García. Maturana, que já havia sido treinador nos Mundiais de 1990, na Itália, e de 1994, nos Estados Unidos, foi o escolhido. 

Naquela geração, ele contava com nomes que são referências eternas do futebol da Colômbia. Mas nem todos estiveram presentes em sua convocação, deixando de fora peças da Copa de 1998, como o goleiro Mondragón, do zagueiro Bermúdez, do meia Serna, do volante Rincón e do atacante Asprilla. 

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Maturana preferiu apostar em nomes mais jovens, que deram conta do recado. "Estamos falando do torneio mais importante a nível de seleções no continente. Aquele título me catapultou para um outro patamar no futebol da América do Sul.

"Contei com uma geração talentosa para conseguir essa conquista. Pra mim, ser campeão da Copa América é mais importante do que classificar uma seleção para a Copa", lembra o treinador. 

Nas semifinais, um confronto contra o Brasil ficou pelo caminho depois que a seleção verde-amarela, que convocou uma equipe alternativa, decepcionou ao perder para Honduras, por 2 a 0, em um dos maiores fracassos na história do time pentacampeão do mundo. Na final, uma vitória dura contra o México. A taça aumentou a expectativa para que o time se classificasse para a Copa de 2002, o que acabou não acontecendo.  

Maturana é um dos poucos treinadores que conseguiu ser campeão da Copa América por uma seleção e da Libertadores por um clube. Em 1989, ele levou o Atlético Nacional à conquista continental, abrindo seus caminhos para chegar ao time nacional, onde conseguiu repetir o sucesso esperado.

Maturana é um dos poucos técnico a vencer Copa América e Libertadores
Maturana é um dos poucos técnico a vencer Copa América e LibertadoresProfimedia

Defesa forte e grupo fechado

Naquela campanha de 1991, a Colômbia chegou ao título com uma campanha mostrando importante solidez defensiva. "Não sofremos nenhum gol e isso, até hoje, é lembrado, foi uma marca. Não quer dizer que tínhamos uma equipe retrancada, mas de poucas vulnerabilidades. A forma como o título veio é tão importante quanto a própria conquista", revela Maturana. 

O treinador lembra de um grupo coeso, que tinha um perfil que foi determinante para uma campanha perfeita diante dos torcedores "cafeteros". "Sempre achei que, antes de ser um time, é preciso ter um grupo de amigos. Existia muita confiança em nossa estrutura e esse companheirismo não impedia o respeito e a competição interna por posição. Cada um tirava o melhor de si. Nossa equipe era humilde e a chave do sucesso foi cada um fazer bem sua parte em benefício do time", lembra. 

Tensão no ar

A Colômbia vivia, naquele período, um momento conturbado, principalmente na parte política, com uma constante busca do governo por um processo de paz, precisando negociar para diminuir os conflitos e os ataques terroristas promovidos pelo grupo das Forças Armadas Revolucionárias (FARC). 

Os problemas internos vividos na Colômbia fizeram a Argentina alegar falta de segurança e desistir de participar da competição. Honduras foi a substituta dos hermanos. Atletas pontuais de outros times também desistiram, como Mauro Silva, volante do Brasil. 

O ambiente conturbado chegou a fazer a CONMEBOL mudar o torneio para o ano seguinte. A informação do adiamento para 2002 fez a Conferação Canadense interromper sua preparação.

A entidade sul-americana acabou voltando atrás na sua decisão e mantendo a competição para 2001. A logística canadense já havia sido alterada, com seus principais jogadores já de volta aos seus clubes, forçando o país da América do Norte, que entraria como convidado, a desistir do torneio.