Por que a Euro é melhor que a Copa América? Veja 4 motivos
Parece que não. A Eurocopa também tem se mostrado mais popular em seu próprio continente do que sua parceira americana está se mostrando no dela.
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No Brasil, cerca de 17 milhões de pessoas ligaram a TV Globo para assistir à estreia da Seleção contra a Costa Rica, segundo o Ibope.
O número é menor que os 22 milhões de alemães que viram a Mannschaft estrear na Euro. Em termos comparativos (pelo tamanho dos países), menos que os 15 milhões de ingleses que sintonizaram a BBC para Inglaterra 1x0 Sérvia ou os 10 milhões que ligaram a RAI para ver a Itália em cada jogo da fase de grupo.
Nos Estados Unidos, sede da Copa América 2024, a média de audiência na Fox para Argentina x Canadá pela abertura do torneio foi de 1,06 milhão de telespectadores – menos que a média de 1,26 milhão de Escócia x Suíça, pela 2ª rodada da Euro.
O que é que a Euro tem que a Copa não tem? Confira:
1) Jogos melhores
A qualidade das partidas é inevitavelmente melhor na Eurocopa. Há diferença nos níveis técnico e tático, maior intensidade e menos tempo gasto com o VAR.
As seleções europeias disputam eliminatórias pesadas – enquanto apenas países da Concacaf precisaram se qualificar para a Copa América – e têm em via de regra ligas domésticas mais ricas e com os melhores jogadores.
Outra diferença neste ano é o campo de jogo e a temperatura.
A diminuta dimensão dos improvisados gramados de futebol americano e o calor monstruoso de algumas regiões dos Estados Unidos (chegando a 41 graus em Las Vegas, por exemplo) só pioram a situação.
2) Mais seleções grandes
Até pela quantidade de seleções, e pelo que já discutimos no item 1, há mais potências do futebol na Euro do que do outro lado do Atlântico.
Se há três campeões mundiais na Copa América (Brasil, Argentina e Uruguai), na Eurocopa há cinco (Alemanha, Itália, Inglaterra, Espanha e França), além de mais quatro vice-campeões do mundo (República Tcheca, Hungria, Holanda e Croácia – a Suécia não se classificou para a Euro 2024).
3) Mais estádios cheios
Apenas 24 mil testemunhas compareceram a Equador 3x1 Jamaica no Allegiant Stadium, em Las Vegas, nesta quarta (26).
Em contrapartida, mais de 46 mil torcedores assistiram in loco a Albânia 2x2 Croácia, no Volkspark, em Hamburgo.
E por quê? Bem, o calendário da FIFA é europeizado. A Eurocopa é jogada no verão, quando as ligas e as pessoas estão de férias.
Há a questão também da proximidade entre os países, a facilidade de trânsito dentro da União Europeia e a vasta malha de trens e voos relativamente curtos e baratos.
Some-se a isso o poder aquisitivo médio do europeu e o preço do ingresso (150 dólares para um jogo dos Estados Unidos contra 30 euros na Euro) e temos esta disparidade nas arquibancadas entre os dois torneios.
4) Menos bagunçado
Reflexo da bagunça que são a Conmebol e a Concacaf, a Copa América foi banalizada. O torneio de 2024 é o quinto disputado em nove anos, o regulamento muda toda hora e há intrusos - às vezes - do outro lado do mundo.
A Copa América, que hoje tem 16 seleções, teve 10 na última edição e 12 na antepenúltima.
Apenas seleções sul-americanas participavam da competição, até que em 1993 México e EUA foram convidados a jogar também.
Em 1999, o Japão (!) entrou na dança, e em 2019 o Catar foi convidado a ser americano por um dia. Hoje a Concacaf tem seis equipes no torneio.
Na Europa, é verdade que o Eurovision – outra tradição continental – conta com Austrália e Israel, mas o torneio de futebol é religiosamente disputado de 4 em 4 anos e só por seleções do continente.
Há problemas na Euro, claro, mas hoje trata-se de um torneio mais legal de ver do que a Copa América.