Técnico do Japão revela estar chocado com caso de racismo sofrido pelo goleiro Suzuki
O Iraque conquistou sua primeira vitória sobre o Japão em 42 anos com uma virada de 2 a 1, depois que o erro de Suzuki permitiu que Aymen Hussein marcasse o primeiro gol.
O jogador de 21 anos, que tem pai ganês-americano e mãe japonesa, disse que recebeu bem as críticas sobre seu desempenho, mas queria que as pessoas parassem de comentar sobre sua raça.
"Quanto ao nosso precioso jogador Suzuki, sinto-me muito envergonhado e chocado por ele ter sido discriminado racialmente. Eu o apoiarei de todas as formas possíveis para garantir que ele esteja totalmente concentrado e focado", disse Moriyasu aos repórteres nesta terça-feira (23).
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"Acho que isso não pode acontecer em nenhum caso. Eles devem respeitar os direitos humanos, isso não pode acontecer em um mundo diverso. Vivemos em um mundo onde essas coisas podem acontecer, mas através do futebol devemos nos unir."
Mais um caso pra conta
O incidente ocorre depois que o goleiro francês do Milan, Mike Maignan, saiu brevemente do campo em protesto durante a vitória por 3 a 2 sobre a Udinese na Série A no fim de semana, quando foi alvo de abuso racial.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, chegou a sugerir que os clubes deveriam sofrer "derrota automática" se seus torcedores apresentassem comportamento racista.
O Japão está tentando colocar sua campanha na Copa da Ásia de volta nos trilhos quando enfrentar a Indonésia na quarta-feira (24), com ambas as equipes com três pontos cada, atrás do Iraque, líder do grupo, que se classificou para as oitavas de final com seis pontos.
Relação horizontal
Moriyasu aceitou a responsabilidade pela derrota contra o Iraque e disse que pediu a opinião de seus jogadores e da equipe para se preparar para o último jogo do grupo.
"Eu tento ouvir as opiniões dos meus jogadores e da equipe o máximo possível. Não sou um técnico de cima para baixo, estou aberto a todos. Tento me sincronizar com os pensamentos deles também", disse ele.
"Mas quando tomamos decisões como uma equipe, sei que sou eu quem toma as decisões. Mas não é uma tarefa difícil para mim depois de ouvir suas opiniões."
Defesa em xeque
O zagueiro japonês Takehiro Tomiyasu disse que seu principal objetivo é não levar gols depois de ter sofrido dois gols nas duas partidas contra o Vietnã e o Iraque, acrescentando que os veteranos precisam se impor e liderar.
"Temos que aprender com os erros cometidos contra o Iraque", disse o lateral do Arsenal.
"Depois do jogo contra o Vietnã, tive a oportunidade de dar minha voz e minhas opiniões. Foi uma coisa positiva para a equipe e considero isso um sinal de que o técnico confia na equipe. Nosso capitão (Wataru) Endo ou até eu mesmo temos de ser líderes em campo."