Nigéria x Costa do Marfim: a hora de um grande clássico na final da Copa Africana de Nações
Depois de um mês cheio de surpresas, a Copa das Nações Africanas está de volta a uma disputa clássica entre dois velhos adversários: os Elefantes, duas vezes vencedores (1992 e 2015) e as Super Águias, com três títulos em seu nome (1980, 1994 e 2013).
Neste domingo, o povo de Abidjan vai tomar a congestionada estrada N'Dotré para pintar de laranja o distante estádio Ebimpé. Os torcedores da Costa do Marfim acreditam mais do que nunca na sua terceira estrela. Depois de chegar perto da eliminação tantas vezes nesse torneio turbulento, eles têm a fé dos ressuscitados.
Os Elefantes foram a última equipe a se classificar, apesar da derrota por 4 a 0 para a Guiné Equatorial, sendo ressuscitados pelo ex-assistente técnico Emerse Faé, que substituiu Jean-Louis Gasset como técnico antes das oitavas de final.
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Seus jogadores derrotaram o Senegal (1 a 1, 5 a 4 nos pênaltis) e Mali (2 a 1 nos pênaltis), marcando nos momentos finais em cada ocasião, como se estivessem protegidos pelos deuses do futebol.
Nas semifinais, eles controlaram melhor o jogo para derrotar a República Democrática do Congo (1 a 0), com um gol de Sébastien Haller, o atacante que chegou lesionado e ficou de fora de toda a primeira fase.
Osimhen, o "Rei da África
O astro da Nigéria, Victor Osimhen, começou na hora certa. O "Rei da África", como é chamado por seu companheiro de equipe Ahmed Musa, tem como missão vencer a Copa. Ele está se aproximando do objetivo.
Ele marcou apenas um gol, mas deu tudo de si pela equipe. Cobrou dois pênaltis e deu uma assistência para Ademola Lookman (três gols na CAN).
Osimhen "sabe que é um jogador importante, que tem sofrido muito contato, pressão e estresse, mas também sabe que a equipe o ajuda. E é claro que ele nos ajuda também", diz o técnico José Peseiro.
"O futebol é um trabalho de equipe, ninguém pode vencer sozinho, ninguém pode fazer tudo sozinho, e ele sabe disso. O que conta é o espírito de equipe", acrescenta o português.
Peseiro não tem medo de jogar em um estádio quase totalmente dedicado à causa do adversário. " Acho que é bom", diz ele, com ar de malandro, parecendo Joe Pesci em Goodfellas. "Meus jogadores e toda a minha equipe preferem jogar em um estádio cheio e com uma boa atmosfera, mesmo que às vezes eles assobiem para nós.
Costa do Marfim, nenhum gol em quatro finais
É claro que os marfinenses contarão com o apoio da torcida. Eles ainda não marcaram um único gol em quatro finais da CAN, ou seja, mais de 480 minutos.
Todas elas foram para os pênaltis. Eles venceram a primeira e a última (1992 e 2015), ambas as vezes contra Gana (0 a 0, 11 a 10, depois 0 a 0, 9 a 8). Perderam as finais de 2006 e 2012 para o Egito (0 a 0, 4 a 2 nos pênaltis) e para a Zâmbia de Hervé Renard (0 a 0, 8 a 7 nos pênaltis).
A Nigéria, por sua vez, perdeu quatro das sete finais que disputou, mas este ano eliminou seu algoz habitual, Camarões, que a derrotou na disputa pelo título em 1984, 1988 e 2000, nas oitavas de final.
"Quanto ao aspecto psicológico, Emerse Faé acredita que "as equipes estão em pé de igualdade, mesmo que tenhamos tido carreiras diferentes". Os nigerianos "foram impecáveis até agora e se tornaram cada vez mais sólidos na defesa e perigosos no ataque", explicou.
"Tivemos um começo difícil, mas melhoramos um pouco na partida contra o atual campeão Senegal. Vencer Mali com 10 homens nos deu muita confiança, e a vitória sobre o Congo também", continuou Faé, que está a caminho de conquistar seu primeiro título após apenas quatro jogos no comando.