Após título da Libertadores, Diniz volta à Seleção para desafio contra Colômbia
Menos de duas semanas depois de levar o Flu a seu primeiro título continental, Diniz terá que melhorar os resultados com a Seleção nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Especialmente pelo empate em casa com a Venezuela e a derrota para o Uruguai na última rodada dupla, o Brasil tem um dos piores inícios de Eliminatórias neste século.
Foram dois duelos contra treinadores argentinos, Fernando Batista (Venezuela) e Marcelo Bielsa (Uruguai). A história se repete contra a Colômbia, comandada por Néstor Lorenzo. E também na próxima terça (21), contra a própria Argentina, de Lionel Scaloni, no Maracanã.
Aposta nos jovens
As ferramentas mudam de acordo com o local de trabalho para um treinador que prioriza a rotação de posições dentro do campo e o bom jogo com a bola. Quando chega à Seleção, Diniz também sente falta do atacante argentino Germán Cano, artilheiro da Libertadores.
A camisa 9 do Brasil está sem dono nas Eliminatórias. Nos últimos três jogos, apenas defensores marcaram pela equipe.
O mau desempenho do ataque fez com que Richarlison, titular na Copa do Mundo do Catar e nas primeiras rodadas das Eliminatórias, ficasse de fora desta convocação. E a aposta de Diniz foi pelos jovens João Pedro, em boa fase no Brighton, e Endrick, que vem brilhando no Palmeiras.
Convocado pela primeira vez para a Seleção principal aos 17 anos, Endrick pode ser um dos jogadores mais jovens a vestir a amarelinha, atrás de lendas como Pelé, mas à frente de Ronaldo Fenômeno.
"O ideal é que não se sinta pressionado. O melhor que podemos fazer agora é tranquilizar o Endrick para que não se sinta sobrecarregado. Temos que tirar esta carga de cima dele e torná-lo mais forte emocionalmente para enfrentar os desafios da carreira", disse Diniz sobre o jovem jogador do Palmeiras.
Sem Neymar, sem Jhon Arias
Diniz sabe mais do que ninguém que a Colômbia sentirá a ausência de Jhon Arias, fora da partida por suspensão. Fundamental no Fluminense por seu trabalho incansável pelo lado direito do campo, o parceiro ideal do atacante Luis Díaz desde que Néstor Lorenzo assumiu a seleção colombiana deixa um vazio difícil de preencher.
Nessa mesma posição, mas do lado oposto, Diniz terá que encontrar uma forma de fazer o time brasileiro jogar sem Neymar. O craque passou por cirurgia no joelho esquerdo no início do mês, após sofrer uma ruptura do ligamento cruzado anterior e do menisco.
Além de Ney, o goleiro Ederson e o volante Casemiro são desfalques por lesão.
"É um bom momento para ganhar. O Brasil é sempre uma seleção muito difícil, mas consideramos que a Colômbia tem condições e vamos tentar jogar pela vitória", disse Néstor Lorenzo em entrevista coletiva em Barranquilla.
Alívios
A Colômbia respira fundo e vê o duelo contra o Brasil como uma oportunidade de ouro. A tensão em torno do jogo era grande desde o sequestro do pai de Luis Díaz, em 28 de outubro.
Luis Manuel permaneceu 12 dias como refém da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) até ser resgatado na última quinta-feira (9). Ao chegar em Barranquilla, o atacante do Liverpool se reencontrou imediatamente com seu pai e consolou seu choro com um abraço.
Néstor Lorenzo respirou aliviado e terá à disposição o principal nome do futebol colombiano no cenário internacional. Além disso, o treinador contará com os retornos de Daniel Muñoz, Yerry Mina, Jhon Lucumí e Jefferson Lerma, titulares no setor defensivo que foram desfalques nos últimos jogos.
Escalações prováveis
Colômbia: Camilo Vargas; Daniel Muñoz, Davinson Sánchez, John Lucumí e Deiver Machado; Jefferson Lerma e Mateus Uribe; Jorge Carrascal, James Rodríguez e Luis Díaz; Rafael Borré. Técnico: Néstor Lorenzo.
Brasil: Alisson; Emerson Royal, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi; André e Bruno Guimarães; Raphinha, Rodrygo e Vinícius Júnior; Gabriel Martinelli. Técnico: Fernando Diniz.