Boas notícias para a Inglaterra: melhor fase de Kane veio sob comando de Thomas Tuchel
Kane marcou 36 deles em 32 jogos da Bundesliga, com um gol a cada 79 minutos. É a melhor média do atacante sob o comando de qualquer técnico em sua carreira.
Entre os jogadores que estiveram pelo menos 2 mil minutos com o mesmo treinador na competição, Kane só é superado por Robert Lewandowski sob o comando de Hansi Flick.
Mas o inglês nem sempre brilhou com a camisa da seleção, especialmente na Eurocopa deste ano, dando a Tuchel a missão de fazer o jogador voltar a brilhar.
De fato, no futebol alemão, o técnico teve o cuidado de garantir que Kane estivesse cercado por jogadores rápidos que pudessem lhe abastecer, com a mesma estratégia podendo ser implementada na Inglaterra. O treinador terá muitos jogadores à sua disposição com mentalidade ofensiva. Será apenas uma questão de juntá-los da maneira certa e encontrar um equilíbrio.
Thomas Tuchel foi nomeado técnico da seleção inglesa nesta semana. Com um contrato de 18 meses, ele iniciará uma nova era em janeiro, e se tornará o terceiro técnico estrangeiro no comando dos Três Leões, depois do falecido sueco Sven-Goran Eriksson e do italiano Fabio Capello.
O que Tuchel pode trazer à Inglaterra?
Tuchel tentou atrair os torcedores durante sua apresentação oficial falando sobre a longa espera por um troféu e já colocou uma meta: a Copa do Mundo de 2026, sediada por Estados Unidos, Canadá e México. Um objetivo ousado especialmente quando é a primeira vez que assume uma seleção, mas o sucesso do alemão nos clubes sugere que não se trata de pura loucura.
O novo técnico da Inglaterra já é conhecido no país pelo seu bom trabalho à frente do Chelsea. Na Alemanha, ele chamou atenção dos torcedores durante os cinco anos no Mainz, que renderam o comando do Borussia Dortmund em 2015, onde foi indicado como o melhor substituto possível para Jürgen Klopp.
Sob a liderança de Tuchel, o Dortmund conquistou a Copa da Alemanha em 2017, o primeiro grande título da carreira. O sucesso o levou até a França, onde assumiu o comando do Paris Saint Germain, em 2018. Sob a Torre Eiffel, acrescentou dois títulos da Ligue 1, duas Supercopas da França, uma Copa da França e uma Copa da Liga Francesa ao currículo.
O técnico se despediu da capital francesa em dezembro de 2020 com o melhor aproveitamento da carreira (74,8%), mas não ficou à toa por muito tempo. Foi logo chamado para comandar o Chelsea, e o início em Stamford Bridge não poderia ter sido melhor. Os Blues ficaram invictos nos 14 primeiros jogos com Tuchel e acabaram conquistando a Liga dos Campeões.
Na temporada seguinte, foi fundamental para o primeiro título do Chelsea no Mundial de Clubes e levou a equipe às finais da Copa da Liga Inglesa e da Copa da Inglaterra, mas foi derrotado pelo Liverpool nos pênaltis nas duas. Tuchel deixou o clube em setembro de 2022 e terminou com 60% de vitórias, o quarto melhor aproveitamento de um técnico do Chelsea que esteve no comando por pelo menos 100 jogos.
Em março de 2023, Tuchel voltou à Alemanha para comandar o Bayern, após a saída de Julian Nagelsmann, e levou o clube ao 11º título consecutivo da Bundesliga. Na última temporada, no entanto, o time da Baviera terminou apenas em terceiro lugar na tabela do campeonato e o técnico alemão ficou mais uma vez sem emprego.
O currículo de Tuchel fala por si só e as diretorias dos clubes de elite o colocam entre os melhores técnicos da atualidade. Desde que chegou ao Dortmund em 2015, seu aproveitamento de 65,6% é melhor do que o da maioria dos técnicos das cinco principais ligas europeias. Só Pep Guardiola e Massimiliano Allegri tiveram um desempenho melhor.
Na Liga dos Campeões, venceu 40 de 67 partidas (59,7%). A vitória sobre o Manchester City na final de 2021 mostra que ele sabe atingir o sucesso. Quando se trata da Premier League, apenas oito técnicos superam seu aproveitamento de 55,6%. Isso o coloca em uma lista seleta com Sir Alex Ferguson, José Mourinho, Arsène Wenger e os já mencionados Guardiola e Klopp.
Tuchel é conhecido pela flexibilidade. Enquanto no Dortmund e no PSG preferia uma defesa com quatro jogadores, no Chelsea, gostava de jogar com três zagueiros. Mas uma coisa é certa: a Inglaterra dominará a posse de bola. Os Blues tiveram uma média de 62,2% sob seu comando, o segundo maior número entre os técnicos que treinaram pelo menos 50 jogos, com apenas Guardiola acima dele.
As equipes de Tuchel tendem a ser muito bem estruturadas, o que é fundamental para um bom desempenho no futebol de seleções. A posse de bola, muitas vezes, pode ser a melhor forma de defesa. O Chelsea conseguiu ficar 18 dos primeiros 24 jogos sob seu comando sem levar gols. E é essa disciplina que Tuchel quer levar para a Inglaterra.