A sua chance de vestir a camisa da Inglaterra na Copa do Mundo Feminina deste ano estava seriamente ameaçada. Assim, apesar da sua aversão a mudanças, ela decidiu reescrever a sua história, trocando o Chelsea pelo Tottenham Hotspur na esperança de recuperar o seu lugar na equipe de Sarina Wiegman.
Deu certo - e ela redescobriu sua alegria pelo jogo no processo.
"Obviamente, foi incrível para mim", disse uma sorridente inglesa aos repórteres no primeiro treino das Lionesses para a Copa do Mundo no St George's Park.
"Acho que fiz tudo o que podia para estar nessa posição, trabalhei o melhor que pude para marcar os gols, então a questão ficou com a Sarina".
"Recebi a ligação (da convocação) e tentei me comportar bem e com calma. Mas desliguei o telefone e gritei até o fim."
A presença de England era um dos maiores pontos de interrogação antes do anúncio da lista final de Wiegman. As Lionesses, campeãs europeias, aparecem em quarto lugar no ranking e têm grandes esperanças de serem campeãs no Mundial que começa na Austrália e na Nova Zelândia em 20 de julho.
"Precisava de uma mudança"
England ganhou nove troféus importantes no Chelsea e foi nomeada jogadora da Superliga Feminina da temporada 2019/2020, mas foi para o Tottenham em "uma decisão da noite para o dia" em 4 de janeiro e terminou a temporada da WSL com 13 gols em 14 jogos pelo Spurs.
"Tudo é um risco no futebol. Eu não estava sendo usada (no Chelsea). Eu estava presa em um banco. E, como Sarina disse, com razão, eu não estava sendo escolhida porque não estava jogando os minutos necessários".
"Cabia a mim garantir que eu não apenas recebesse os minutos, mas que fizesse os minutos valerem a pena, e acho que fiz isso nos Spurs e não tenho palavras para agradecer a eles por me darem a oportunidade de jogar e ser feliz novamente."
England, que marcou 11 gols em 21 partidas pela seleção desde a sua estreia em 2019, não foi escolhida para participar do período de treinamentos da seleção inglesa no fim do ano passado e não estava nas equipes que venceram a Arnold Clark Cup em fevereiro e a primeira Finalissima Feminina em abril.
"Obviamente, no fundo da minha mente, a Copa do Mundo estava se aproximando", disse ela. "Toda jogadora quer fazer parte desses grandes momentos. E, no final das contas, eu sabia que não estava feliz. Eu precisava de uma mudança e a mudança pode ser assustadora e eu nunca lidei bem com mudanças."
"Foi um grande risco", acrescentou ela. "Eu poderia ter ficado no Chelsea, poderia ter ficado no banco, na minha zona de conforto. Mas então eu estaria vendo outras pessoas indo para a Copa. Fico feliz que o risco tenha valido a pena."
A Inglaterra recebe Portugal, 21º colocado no ranking, no dia 1º de julho em Milton Keynes, e joga contra o campeão olímpico Canadá em um amistoso a portas fechadas no dia 15 de julho na Austrália. A equipe começa a Copa do Mundo contra o Haiti em 22 de julho em Brisbane.