Copa do Mundo Feminina: veja as favoritas e quem pode surpreender na luta pelo título
Esta será a primeira vez que a Copa Feminina terá uma sede dividida. A estimativa é que a audiência global chegue a 2 bilhões de espectadores.
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A premiação será recorde: R$ 733 milhões para times e jogadoras. O evento será transmitido na TV aberta para mais de 150 países (34 na Europa), e também no streaming. O formato da disputa contará com 32 seleções pela primeira vez.
Ingredientes que só aumentam a expectativa pela competição. E para você ficar por dentro de tudo, vamos às grande candidatas ao título.
Estados Unidos
As norte-americanas são as maiores campeãs mundias, com quatro títulos. Elas vêm de um bicampeonato consecutivo, em 2015 e 2019.
Os Estados Unidos ainda lideram o ranking do futebol feminino e nunca terminaram um Mundial abaixo da terceira posição.
Elas ainda ostentam quatro ouros olímpicos. Qualquer posição abaixo do pódio na Copa deste ano seria uma zebra.
Estrela em ascensão
As norte-americanas possuem muitas veteranas de destaque, como Alex Morgan e Megan Rapinoe. Mas Sophia Smith, de apenas 22 anos, é a próxima face do futebol feminino norte-americano e tem tudo para brilhar na Austrália e na Nova Zelândia.
A mais jovem MVP da NWSL, a liga feminina norte-americana, Smith liderou o Portland Thorns à conquista nacional e já acumula experiência com a seleção norte-americana, com 11 gols.
Inglaterra
A seleção inglesa pode nunca ter conquistado a Copa do Mundo Feminina, mas chega ao torneio credenciada pela Eurocopa, o primeiro grande título de sua história. Neste ano, elas ainda voltaram a levantar um caneco, derrotando a Seleção Brasileira Feminina na Finalíssima. A confiança do time está em alta.
Problemas no caminho
Apesar do favoritismo, a seleção inglesa tem problemas. A equipe comandada por Sarina Wiegman não poderá contar com um trio de peso: a artilheira Beth Mead, a capitã Leah Williamson e a atacante Fran Kirby estão fora da Copa devido a lesões.
Além delas, Ellen White e Jill Scott se aposentaram dos gramados. White pendurou as chuteiras três semanas após conquistar a Eurocopa Feminina.
Scott, segunda jogadora com mais partidas pelas Leoas, se retirou dos gramados no ano passado. Problemas que Wiegman e sua comissão terão que contornar na busca pelo inédito título.
Para ficar de olho na Inglaterra
Um dos grandes destaques ingleses nesta Copa é Keira Walsh, meia central do Barcelona. Com o time culé, ela conquistou a última edição da Champions League e tem como grande inspiração no futebol o talento de David Silva.
Walsh alia um futebol de qualidade na proteção à zaga e criação de jogadas para encontrar suas companheiras em ótima posição. Ela é apontada como o coração das Leoas.
Alemanha
O grupo da Alemanha, o H, composto por Colômbia, Marrocos e Coreia do Sul, é totalmente acessível para as bicampeãs do mundo.
As alemãs vivem um período de transição e renasceram após a disputa da última Eurocopa Feminina, quando chegaram à decisão contra a Inglaterra, mesmo não sendo favoritas. Elas vinham de quedas nas quartas de final da Euro 2017 e da Copa de 2019.
As comandadas de Martina Voss-Tecklenburg terão a missão de levar a Alemanha de volta ao topo do futebol mundial 16 anos após a última conquista, quando derrotaram a Seleção Brasileira por 2 a 0. Elas podem, inclusive, cruzar o caminho do Brasil nas oitavas de final.
Uma estrela operária
O principal nome da seleção alemã para a Copa é Alexandra Popp. Ela pode não ser a mais técnica das atletas de sua seleção, mas é com certeza uma trabalhadora incansável.
De longe, a jogadora mais popular do país e que, lamentavelmente, ficou fora da final da última Euro devido a uma lesão na coxa.
A atacante era a goleadora da seleção de seu país naquele torneio, com seis gols marcados - um em cada jogo da competição até a fatídica final. Sua ausência foi sentida.
Popp agora vai atrás de uma Copa constante e chega à Oceania no seu auge. Ela foi a artilheira da última edição do Campeonato Alemão Feminino. Foram 16 gols marcados pelo Wolfsburg no torneio.
As seleções que podem surpreender
Depois de apontar favoritas, vamos às seleções que chegam à Copa com grande potencial de surpresa. São equipes com atletas tarimbadas e que já se provaram em competições anteriores.
Brasil
Seleção que esteve em todas as Copas do Mundo, o Brasil tem como melhor resultado o vice-campeonato em 2007, quando perdeu para a Alemanha por 2 a 0, em Xangai.
Em suas oito participações na Copa do Mundo Feminina, o Brasil acumula 20 vitórias, quatro empates e sete derrotas. Além do vice-campeonato em 2007, o Brasil ficou em terceiro lugar no Mundial de 1999, nos Estados Unidos, quando superou a Noruega.
Na última Copa, a Seleção Brasileira Feminina chegou ao torneio desacreditada, acumulando nove derrotas seguidas. Mas apresentou outra cara durante a disputa na França e avançou ao mata-mata, sendo eliminada pelas donas da casa apenas na prorrogação.
A era Pia
Desta vez, as Canarinhas chegam sob o comando da experiente técnica Pia Sundhage, e a performance já é bem melhor. Foram 10 jogos de invencibilidade em 2022, além de grandes apresentações.
Contra a Inglaterra, na Finalíssima, o Brasil só foi derrotado nos pênaltis, em Wembley. Houve também a vitória sobre a Alemanha por 2 a 1, em Nuremberg.
O adeus da Rainha
Do trio de ouro da Seleção formado por Cristiane, Formiga e Marta, sobrou apenas a camisa 10. Aos 37 anos, ela vai para sua última Copa. A Rainha é a grande referência do time comandado por Pia, mas a tendência é que esteja neste Mundial mais como uma liderança para as jovens atletas.
França
A seleção francesa vai cruzar o caminho do Brasil novamente em uma Copa, agora na fase de grupos. Há quatro anos, em solo francês, elas eliminaram o time comandado por Vadão nas oitavas de final, na prorrogação, por 2 a 1. Agora, contam com um novo comando.
Hervé Renard, técnico da Arábia Saudita na Copa do Mundo do Catar, no ano passado, terá a missão de liderar a França na luta por um título inédito. Para tanto, ele conta com o talento de peças como Sandie Toletti, Ève Périsset e Kadidiatou Diani. O grande gargalo deste time é a defesa.
Suécia
Vice-campeã em 2003, terceira colocada em 2019 e duas vezes prata nas últimas Olimpíadas, a Suécia pode ver um ciclo ser encerrado na Copa do Mundo deste ano.
A grande preocupação é a forma física de jogadoras essenciais para o elenco, como Seger, Rolfö, Ilestedt, Hurtig e Asllani. Elas enfrentaram lesões recentes e chegam como asteriscos para a disputa.
Além disso, o cruzamento não favoreceu muito a Suécia, que pode encontrar EUA ou Holanda nas oitavas.
Holanda
Finalista da última Copa do Mundo, a seleção holandesa foi a grande sensação do Mundial da França, algo que já era previsto após a conquista da Eurocopa Feminina de 2017.
Mas a equipe fracassou no último Campeonato Europeu, o que levantou muitas dúvidas sobre o futuro da Laranja. Ao que parece, o time reencontrou o caminho sob o comando de Andries Jonker e os resultados já foram constatados nos mais recentes amistosos.
Sem a lesionada Vivianne Miedema, a principal estrela da Laranja é Jill Roord, destaque do Wolfsburg e que vai defender as cores do Manchester City na próxima temporada.
Canadá
O Canadá surpreendeu na última Olimpíada, quando faturou o ouro em Tóquio após despachar os Estados Unidos na semifinal e triunfar frente à Suécia nos pênaltis.
Antes disso, as canadenses já haviam sido duas vezes medalhistas de bronze. Para este Mundial, chegam com questionamentos após importantes nomes da seleção se ausentarem do torneio devido a lesões.
A técnica Bev Priestman não vai poder contar com a meia Desiree Scott, que se recupera de uma cirurgia no joelho; a veterana atacante Janine Beckie, que passou por uma operação depois de romper o ligamento cruzado anterior em março; e Jade Rose, que deixou a preparação da seleção para a Copa após sofrer uma lesão.
Convocada, a atacante Nichelle Prince ainda inspira preocupações após recuperação de uma lesão no tendão de Aquiles. Muitas interrogações para as canadenses, que têm como melhor participação em Copa um quarto lugar em 2003.
Austrália
O fator casa pode pesar a favor das australianas. As Matildas contam com o talento de Sam Kerr e recentemente derrotaram a Inglaterra.
Elas também não querem ser a primeira seleção anfitriã eliminada na fase de grupos de um Mundial e já têm uma missão logo de cara: vencer na estreia, algo que não aconteceu nas últimas três edições.
A Austrália vai abrir o Mundial diante da estreante Irlanda e contará com um público de 80 mil pessoas. Ingredientes mais do que especiais para acabar com esta seca.
As Matildas vêm de 11 vitórias nos últimos 14 jogos e sonham com a possibilidade de, enfim, passar das quartas de final de uma Copa do Mundo pela primeira vez.
Espanha
A seleção espanhola viveu um ano de controvérsias, mas as coisas parecem estar mais amenas em relação ao técnico Jorge Vilda. Em 2022, 15 jogadoras renunciaram à seleção em protesto contra o comandante.
À época, as atletas contestaram escolhas táticas, metodologia de treino e a gestão de grupo, alegando que este conjunto de fatores causava problemas de saúde mental. A Federação da Espanha, contudo, demonstrou apoio a Jorge Vilda, que permanece no cargo.
Com uma de suas mais talentosas gerações, a equipe conta com Alexia Putellas, duas vezes Bola de Ouro, 100% e focada. A Espanha pode chegar às semifinais tranquilamente e até aprontar para cima das favoritas norte-americanas. Resta saber se os problemas internos não afetarão o time na disputa.