Defesa da França está em pedaços antes de enfrentar o Brasil na Copa Feminina
A Seleção de Marta e Ary Borges, que marcou três gols contra o Panamá na segunda-feira (4 a 0), terá dificuldades para saber quem comandará a defesa francesa.
Ainda há muitas incertezas e segredos bem guardados no time azul. Mas as brasileiras devem estar esfregando as mãos a quatro dias do confronto do Grupo F, dado o acúmulo de problemas que afetam a equipe do técnico Hervé Renard.
Apesar do empate em 0 a 0 com a Jamaica no domingo, o técnico continua exibindo o seu habitual comportamento descontraído e sorridente nos treinos, mas o clima foi claramente intensificado pelo desconforto na panturrilha esquerda sentido pela capitã Wendie Renard.
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A zagueira do Lyon, que está disputando a sua quarta Copa do Mundo aos 33 anos, é dúvida para a partida deste fim de semana e a sua condição levanta questões.
A pedido da jogadora e em consulta com a equipe, nenhuma declaração médica foi emitida pela Federação Francesa de Futebol desde o exame de ressonância magnética realizado em Sydney nesta segunda-feira. A condição de Renard será administrada "no dia a dia", disse a comissão técnica na terça-feira.
Panturrilha incomoda
Na terça-feira, a sorridente zagueira se contentou com uma leve sessão de 15 minutos de bicicleta ergométrica à margem do treinamento da equipe. "Eu a encontrei mais cedo e ela está bem. Sabemos que ela está com um pequeno problema na panturrilha. Não sabemos mais nada sobre o diagnóstico. A equipe médica está fazendo tudo o que pode para que ela se recupere o mais rápido possível", explicou a meio-campista Amel Majri.
A fragilidade da jogadora do Lyon se soma a um histórico já pesado nas posições defensivas no que diz respeito ao departamento médico. Além do afastamento de longa data de Griedge Mbock (joelho), Aïssatou Tounkara também sofreu uma distensão na panturrilha nos últimos dias na Austrália.
Elisa De Almeida, que deveria jogar ao lado de Renard na zaga titular, também sofreu uma distensão na panturrilha. A jogadora do PSG perdeu o jogo de abertura contra a Jamaica. De Almeida e Renard foram titulares apenas duas vezes em cinco jogos desde que Hervé Renard assumiu o comando do time.
A primeira, em abril, contra a Colômbia (5 a 2), não foi muito convincente, pelo menos no primeiro tempo, enquanto a segunda, em 14 de julho, em Melbourne, contra a Austrália (0 a 1), desagradou o técnico, que substituiu De Almeida no intervalo.
As alternativas
Elisa de Almeida, ex-jogadora do Montpellier (25 anos e 20 partidas pela seleção), participou do primeiro treino da equipe na terça-feira, depois de quatro dias de tratamento. Ela aparece a tempo de substituir Renard, caso esta última não fique à disposição para o jogo contra o Brasil.
Ao lado dela, Estelle Cascarino está pronta para fazer sua segunda participação consecutiva na Copa do Mundo, uma dádiva para a jogadora que quase não jogou em 2023 com o Manchester United. Apreciada por sua versatilidade, Cascarino não oferece o mesmo nível de segurança, como demonstrado em seu início tenso contra as jamaicanas.
Mas não há muitas outras opções: Tounkara não jogou um único minuto de futebol competitivo em 2023, enquanto a meio-campista Grace Geyoro, que foi substituída na defesa do PSG nesta temporada, parece essencial demais no centro da construção do jogo para ser recuada.
A última carta na mão de Hervé Renard é Maëlle Lakrar. A jogadora de 23 anos do Montpellier, uma das revelações da pré-temporada, foi usada como lateral-direita nas últimas quatro partidas, mas joga como zagueira pelo seu clube. Se ela completar a dobradiça, Eve Périsset (Chelsea) voltará para a lateral direita. Um quebra-cabeça complexo para uma defesa em pedaços.