Duelo contra a França é uma "final" para o Brasil na Copa Feminina; entenda
Mesmo que perca o jogo contra as europeias, o Brasil tem tudo para passar de fase. Mas para a Seleção ir longe, é fundamental que o time se classifique em primeiro da chave.
Isso porque, quem passar em segundo, deve enfrentar a toda-poderosa Alemanha logo nas oitavas de final.
As atuais vice-campeãs europeias golearam Marrocos por 6 a 0 na estreia e estão muito perto de confirmarem a primeira colocação do Grupo H.
"Num chaveamento bom poderíamos dizer que o objetivo do Brasil deveria ser alcançar as quartas de final, mas a Seleção caiu no lado mais difícil da chave. Assim, o teto da equipe vai depender muito de se vai terminar na primeira ou na segunda colocação", disse ao Flashscore Taís Viviane, comentarista esportiva e colaboradora do Planeta Futebol Feminino.
Confira a tabela da Copa do Mundo 2023
"Se pegar a Alemanha, aí dificilmente o Brasil conseguiria avançar. Se terminar líder do seu grupo, deve ter um cruzamento bastante acessível com Colômbia, Coreia do Sul ou Marrocos. Por esse caminho, a tendência seria avançar e pegar provavelmente Canadá ou Austrália nas quartas", acrescentou Viviane.
"O Brasil chegaria em pé de igualdade contra qualquer uma dessas duas seleções, seria um duelo sem um favorito claro. Beliscar uma vaga nas semifinais não seria absurdo, mas na semi um adversário do naipe de Alemanha ou Inglaterra seria o teto do Brasil", completou.
"A França é a favorita, mas com os desfalques por lesão e com a chegada muito recente do (técnico) Hervé Renard, a distância entre Brasil e França diminuiu", afirmou ela.
Francesas com problemas
As Bleus chegaram à Oceania com muitos desfalques e podem não ter sua principal defensora contra o Brasil. Wendie Renard se recupera de lesão na panturrilha e é dúvida para o confronto.
Na primeira rodada, a França apenas empatou em 0 a 0 com a estreante Jamaica. E para seguir na liderança da chave, a Seleção Brasileira precisa apenas de um empate neste sábado.
Na última rodada da fase de grupos, o time brasileiro enfrenta a Jamaica, enquanto as francesas devem ter vida fácil contra o fraco time do Panamá.
Em caso de triunfo contra as francesas e tropeço das jamaicanas contra as panamenhas, o Brasil se classifica na primeira posição com uma rodada de antecedência.
Tabu a quebrar
As brasileiras jamais venceram as francesas. Em 11 partidas, foram 6 empates e 5 triunfos das europeias.
O último embate foi em fevereiro do ano passado, no Torneio da França, e as donas da casa venceram por um justo 2 a 1.
A boa notícia para o time de Pia Sundhage é que os últimos placares foram todos apertados.
Como passar pelas melhores seleções do mundo?
"A defasagem que o Brasil tem em relação às principais favoritas não pode ser tirada em um ciclo só. Vai ser necessário um trabalho de muitos anos para que o Brasil possa estar entre as favoritas", explicou Viviane.
"Como fazer para chegar a este patamar acima? Valorização da base e do campeonato nacional. Desde que chegou no Brasil, a (treinadora) Pia pede uma seleção sub-15 que ainda não foi criada, mais competições de base, e que os clubes passem a ter times sub-15, sub-13, ou que as meninas tenham mais chances de fazer essa iniciação no futebol em equipes mistas se for preciso", concluiu.
A Alemanha, por exemplo, além de ter um dos campeonatos nacionais mais fortes do mundo, tem uma seleção sub-15 desde 2014.