Antes alvo de críticas no futebol feminino, as goleiras têm dado show na Austrália com inúmeras defesas que salvam o jogo.

Arnold - conhecida carinhosamente como "Macca" - defendeu três cobranças de pênalti contra a França, apesar de ter acertado sua própria cobrança de pênalti na trave.

Chamando-o de "o jogo mais louco" em que já havia participado, a goleira do West Ham, de 29 anos, teve de parar duas vezes a cobrança de Kenza Dali depois que a árbitra sinalizou que a goleira havia saído da linha.

"Para a Macca, perder aquele pênalti e depois permanecer no jogo e ser decisiva é algo inédito", disse o técnico das Matildas, Tony Gustavsson. "É preciso valorizar sua força mental."

Dos 60 jogos disputados em três rodadas, as goleiras foram eleitas a melhor jogadora em nove, incluindo Arnold.

O técnico da Holanda, Andries Jonker, elogiou muito Daphne van Domselaar depois que a série de defesas da goleira do Aston Villa, contra a África do Sul, ajudou a garantir a vaga da Holanda nas quartas de final.

"Há quatro anos, havia goleiras que não conseguiam lidar com a bola debaixo da trave e agora temos uma geração inteira de goleiras atléticas, que não deixam esse tipo de bola entrar", disse Jonker.

"Daphne faz parte dessa nova geração", acrescentou o técnico. "Elas são atléticas, estão em boa forma, têm um bom posicionamento. Os desenvolvimentos nessa área são incríveis e a Holanda está bem perto disso".

Muro alemão

Nadine Angerer, que defendeu o gol da Alemanha nos triunfos da Copa do Mundo de 2003 e 2007, disse que havia sinais claros de melhoria nos padrões das goleiras.

"No geral, o desempenho das goleiras está muito melhor", disse Angerer na coletiva de imprensa em 4 de agosto. "Quero destacar, em especial, a tomada de decisão de sair e, em seguida, a decisão de dar um soco ou realmente pegar a bola.

"Vimos um aumento absoluto na tomada de decisão de sair do gol. A técnica de soco também melhorou".

Um total de 46% das equipes mantiveram o gol limpo em um jogo, em comparação aos 33% de quatro anos atrás. E as porcentagens de defesa com as mãos aumentaram de 74% para 78%, apesar de haver mais tentativas de gol de dentro da área.

"O posicionamento das goleiras está muito mais conectado à linha de defesa, o posicionamento é mais alto e o tempo é melhor", acrescentou Angerer. "Elas estão saindo mais impiedosas. E sim, a técnica em si está melhor, então essa é uma área em que vimos uma grande melhora."

Mary Earps, da Inglaterra, foi eleita a goleira feminina do ano da FIFA em 2022, e a jogadora do Manchester United mostrou o porquê na Copa do Mundo. Ela sofreu apenas um gol durante a fase de grupos, na qual as Lionesses superaram as adversárias por 8 a 1, enquanto saltava e mergulhava em uma série de defesas deslumbrantes.

"Pessoalmente, adoro ver quando as goleiras estão se saindo bem", disse Earps. Obviamente, falamos sobre a "união das goleiras" e isso é algo que pode ser um pouco clichê, mas é muito, muito verdadeiro.

"Espero sinceramente que (as pessoas estejam) elogiando as goleiras, porque acho que as atuações foram fantásticas e merecem crédito."

Dias antes do início da Copa do Mundo, Earps expressou sua indignação com o fato de a Nike ter excluído sua camisa das camisetas que estavam disponíveis para compra pelos torcedores.

Emmy Somuaroo, de 16 anos, iniciou uma petição no site change.org pedindo que a Nike reverta a decisão. Ela tem mais de 38.000 assinaturas até o momento.