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Opinião: A novidade do VAR na Copa é inútil, mas há uma ideia que pode salvá-lo

Alex Xavier
Yamashita checando o VAR antes de anunciar decisão para o público
Yamashita checando o VAR antes de anunciar decisão para o públicoAFP
Uma das novidades da Copa Feminina de 2023 é que os árbitros têm de anunciar através do sistema de som dos estádios todas as decisões tomadas após intervenção do VAR.

E aconteceu logo no jogo de abertura: "Após a revisão no campo, a decisão é: pênalti", disse em alto e bom som a juíza de Nova Zelândia 1x0 Noruega.

Mas qual a vantagem? Nenhuma. O telão já anuncia de qualquer forma a decisão do árbitro de vídeo. E o torcedor já sabe muito bem o que significa quando os juízes apontam a marca da cal.

Esta "novidade" já foi testada no Mundial de Clubes deste ano – e se você não se lembra, é porque, de fato, ela não fez a menor diferença.

A FIFA até agora não conseguiu melhorar o VAR em absolutamente nada, a não ser com a abençoada diretriz de que ele deve ser menos intervencionista.

E não vai ser o microfone da arbitragem que vai salvar a ferramenta.

Árbitra Yoshimi Yamashita com seu microfone na abertura do Mundial
Árbitra Yoshimi Yamashita com seu microfone na abertura do MundialAFP

Se o futebol quer imitar o VAR da NFL (que funciona desde 1986, diga-se), que o faça direito. A começar pela interrupção que aconteceu no final da temporada de 1991.

Quando entendeu que a ferramenta mais atrapalhava do que ajudava, a NFL parou de usar o árbitro de vídeo por sete anos até desenvolver algo que fosse beneficente ao esporte.

O VAR da FIFA, como se sabe, ainda está na fase de erros e acertos e foi implementado da mesma maneira que o aumento do número de seleções na Copa do Mundo: sem pesquisa com os torcedores e sem entender qual o impacto no jogo. 

Veja abaixo uma mudança que revolucionaria o uso do VAR no futebol para além do mero microfone do juiz.

Telão anunciando possível penal na Premier League
Telão anunciando possível penal na Premier LeagueAFP

VAR dos times, não do árbitro

Se o VAR veio para ficar, ele precisa sair do ar-condicionado e entrar no campo. Os árbitros NÃO SÃO E NEM PODEM SER os protagonistas.

Os jogadores já perceberam que, ao cercar o juiz pedindo vídeo, ele vai se sentir obrigado a consultar os colegas da cabine. 

Pois, neste modelo, cada técnico (ou capitão) teria 2 pedidos de VAR por tempo.

E esta ideia já foi longamente testada na mesma NFL e em outros esportes, como o tênis: se algum lado se sente prejudicado, que peça o VAR dentro da quantidade permitida.

Mike McDaniel, técnico do Miami Dolphins, jogando a bandeirinha vermelha
Mike McDaniel, técnico do Miami Dolphins, jogando a bandeirinha vermelhaProfimedia

No futebol americano, o técnico joga uma bandeirinha vermelha no campo para pedir a revisão da jogada. 

No tênis, cada jogador tem três desafios por set – e os desafios se mantêm caso a decisão seja favorável. O mesmo acontece no vôlei, com dois desafios por set podendo ser pedidos. 

Esta quantidade pré-estabelecida evita que o VAR seja pedido à toa ou toda hora, já que os desafios são limitados.

Isto faria também que o torcedor possa voltar a comemorar gol sem medo de intervenção quando os desafios adversários estiverem esgotados.

O sistema Hawk-Eye em ação em Wimbledon
O sistema Hawk-Eye em ação em WimbledonWimbledon.com

É importante que se especifique também quais casos são passíveis de pedido de revisão. Agressão, por exemplo, pode ficar com os árbitros da cabine do ar-condicionado.

Estas regras deixariam o VAR um pouco mais integrado ao jogo e um pouco menos destruidor de emoções.

Outra ideia é dar ao VAR o mesmo destino que teve o famigerado Gol de Ouro: extinção depois da aventura mal-sucedida.

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