Seleções sul-americanas buscam protagonismo inédito na Copa do Mundo Feminina

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Seleções sul-americanas buscam protagonismo inédito na Copa do Mundo Feminina

Brasil e Colômbia decidiram três das últimas quatro Copas Américas
Brasil e Colômbia decidiram três das últimas quatro Copas AméricasStaff Images Woman/Conmebol
Dona de 10 títulos mundiais de futebol masculino, a América do Sul tem uma história de pouquíssimo protagonismo na Copa do Mundo Feminina. Os países representantes da Conmebol são os que apresentam maior disparidade de gênero entre todas as confederações continentais.

Para se ter uma ideia do abismo: sem contar as campanhas do Brasil, foram apenas duas vitórias sul-americanas na história das Copas do Mundo. A Colômbia venceu a França por 2 a 0 em 2015 e o Chile superou a Tailândia por 2 a 0 em 2019, ambas na fase de grupos.

A Conmebol está longe de ser a confederação com maior número de vagas garantidas na Copa do Mundo Feminina. Pelo contrário: só tem mais representantes que a Oceania. A edição de 2023 será a primeira com 32 seleções, e apenas três delas são da América do Sul.

Brasil, Argentina e Colômbia estarão na Austrália e na Nova Zelândia. A Ásia, por exemplo, tem seis lugares garantidos.

Confira a distribuição de vagas:

Vagas diretas

- 6 para AFC (Ásia)

- 4 para CAF (África)

- 4 para Concacaf (Américas do Norte e Central)

- 3 para Conmebol (América do Sul)

- 1 para OFC (Oceania)

- 11 para UEFA (Europa)

Vagas na repescagem

- 2 para AFC

- 2 para CAF

- 2 para Concacaf

- 2 para Conmebol

- 1 para OFC

- 1 para UEFA

América do Sul só tem mais representantes que a Oceania
América do Sul só tem mais representantes que a OceaniaFlashscore

Mata-mata é realidade distante

O Brasil é quase uma ilha em resultados na América do Sul. Presente em todos os Mundiais, a Seleção Brasileira passou de fase em todos os torneios desde 1999. As exceções foram os dois primeiros (1991 e 1995).

No entanto, das outras sete participações sul-americanas nas Copas do Mundo, só uma campanha resultou em classificação na fase de grupos: a Colômbia em 2015. Vice-campeãs de três das últimas quatro Copas Américas, as colombianas fizeram ótima participação no Canadá, vencendo a França e arrancando um empate com o México. A queda foi nas oitavas para os Estados Unidos.

Colômbia se consolidou como 2ª força do futebol feminino sul-americano
Colômbia se consolidou como 2ª força do futebol feminino sul-americanoStaff Images Woman/Conmebol

A Argentina, em três oportunidades, passou longe de avançar e sequer venceu (7 derrotas e 2 empates). O Chile chegou perto em 2019, mas caiu diante de Estados Unidos e Suécia. Já o Equador foi ao Mundial em 2015 e voltou com três derrotas.

Razão da diferença

Longe do profissionalismo já estabelecido na Europa e da cultura de futebol feminino dos Estados Unidos e de parte da Ásia, o futebol feminino sul-americano luta para se colocar na agenda do continente. Em 2016, a Conmebol tomou a decisão de obrigar os clubes participantes da Libertadores a possuírem um time feminino. A medida foi implantada a partir de 2019. A CBF planeja fazer o mesmo até 2027. 

O Brasil venceu oito das nove Copas Américas disputadas
O Brasil venceu oito das nove Copas Américas disputadasStaff Images Woman/Conmebol

A diferença de investimento do Brasil fica evidente quando se analisa a Libertadores Feminina, competição que existe desde 2009. Das 14 edições, os clubes brasileiros venceram 11. Colômbia, Chile e Paraguai levaram uma cada. A jornalista Júlia Belas, pesquisadora de futebol feminino, aponta uma soma de falta de investimento e diferença cultural.

"A América do Sul está muito atrás em questões estruturais mesmo, comparando com os principais times e ligas da América do Norte e da Europa. O principal problema ainda é o investimento. E, na América do Norte, o Canadá puxa muito do desenvolvimento da modalidade nos EUA pra construir uma seleção de sucesso", analisa.

As campeãs da Copa do Mundo Feminina
As campeãs da Copa do Mundo FemininaFlashscore

"Acho que a América do Sul ainda fica um pouco mais próxima quando o Brasil está na equação, mas, quando não está, a situação local e internacional ainda é muito pouco desenvolvida", completa Belas.

Perspectiva para a Copa do Mundo

As três seleções sul-americanas tem pretensões bem distintas para o Mundial na Oceania. O Brasil sonha com semifinal e até um improvável título. A Colômbia quer repetir 2015 e voltar às oitavas de final. A Argentina, se conseguir uma vitória, já voltará satisfeita.

Brasil

Com o ciclo completo de Pia Sundhage, a Seleção Brasileira chega embalada pelas boas atuações na vitória contra a Alemanha e no empate com a Inglaterra (derrota nos pênaltis), em abril. O bom enfrentamento com as europeias e uma geração promissora dão esperanças de uma campanha surpreendente. Depois de duas Copas decepcionantes em 2015 e 2019, o Brasil quer dar uma despedida marcante para Marta.

Marta vai fazer sua despedida na sexta Copa do Mundo
Marta vai fazer sua despedida na sexta Copa do MundoThais Magalhães/CBF

Colômbia

Atual vice-campeã da Copa América e do Mundial Sub-17, a Colômbia é dona de um dos mais interessantes trabalhos de base do futebol feminino atual. A principal promessa colombiana é Linda Caicedo, atacante de 18 anos do Real Madrid e eleita melhor jogadora da última Copa América. Em grupo com Alemanha, Coreia do Sul e Marrocos, as colombianas sonham com a classificação.

Linda Caicedo é uma das candidatas a revelação do Mundial
Linda Caicedo é uma das candidatas a revelação do MundialProfimedia

Argentina

Depois de voltar à Copa em 2019 após 12 anos de ausência, a Argentina teve um ciclo menos conturbado para este Mundial. Entre 2015 e 2017, a Albiceleste ficou totalmente inativa e chegou a ser retirada do ranking da FIFA. O sonho em 2023 é conquistar a primeira vitória em Mundiais. Para isso, o foco está no segundo jogo, contra a África do Sul, em Dunedin, na Nova Zelândia.

Yamila Rodríguez, do Palmeiras, é a grande esperança de gols da Argentina
Yamila Rodríguez, do Palmeiras, é a grande esperança de gols da ArgentinaStaff images Woman/Conmebol